Presidente da Colômbia chama Odebrecht de “maçã podre”
Enquanto o escândalo da Odebrecht continua a crescer e ameaça cada vez mais o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o líder chamou a empresa de “maçã podre” e assegurou que seu governo “construiu um muro” contra a empreiteira brasileira acusada de subornar governos em vários países da América Latina
Santos arremeteu contra a corrupção ao tratar do tema. Visivelmente irritado um dia após a procuradoria colombiana dizer que tinha novas evidências segundo as quais a construtora pagou US$ 1 milhão por uma pesquisa de opinião realizada durante sua campanha de eleição de 2014.
“Não vamos permitir que essa maçã podre possa prejudicar esta grande revolução da infraestrutura que estamos realizando na Colômbia”, afirmou Santos, ao inaugurar a ampliação de um aeroporto no departamento (Estado) de Chocó, região marcada pela pobreza no oeste da Colômbia.
Santos não pronunciou, porém, o nome da Odebrecht em nenhum momento de seu discurso. “A empresa, o que fez, pelo que vimos, é tratar de penetrar governos para suborná-los e ganhar licitações de forma fraudulenta. A Colômbia foi penetrada, mas esse governo fez um muro para essa empresa”, declarou o presidente. Segundo ele, a Odebrecht não ganhou nenhum dos 22 projetos pelos quais concorreu durante seu mandato.
O procurador-geral colombiano, Néstor Humberto Martínez, disse que a Odebrecht fechou um contrato com uma companhia registrada no Panamá que está vinculada com a agência local de publicidade contratada por Santos durante a campanha de 2014 com o objetivo de se aliar com o governo para ganhar uma arbitragem de US$ 100 milhões de uma disputa pelo projeto de uma rodovia. Há um mês, Martínez também disse que tinha indícios de que a campanha de Santos teria recebido US$ 1 milhão da Odebrecht. As acusações podem prejudicar bastante o governo de Santos, já que em 14 meses haverá eleições para seu sucessor e ele necessita de uma coalizão no Congresso para implementar o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A Odebrecht também é acusada de acobertar gastos de Oscar Iván Zuluaga, rival de Santos na disputa presidencial de 2014.
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