Presidente da Jeep considera Brasil essencial para expansão mundial da marca
Julio César Rivas.
São Paulo (Brasil), 9 dez (EFE).- O presidente da Jeep, Mike Manley, declarou nesta terça-feira que para o final de 2015 a marca multiplicará por quatro seu número de concessionárias no Brasil, até chegar a 200 lojas, dentro de um ambicioso plano de expansão que inclui a abertura de uma fábrica de montagem em Goiana (PE).
A unidade em Pernambuco, que será a mais moderna da Fiat Chrysler Automobile (FCA), com um investimento de mais de R$ 7 bilhões, iniciará a produção do Jeep Renegade no primeiro trimestre de 2015.
Manley disse em entrevista à Agência Efe que o Brasil é uma peça-chave nos planos de expansão mundial da Jeep, que até 2018 deve duplicar suas vendas mundiais, para chegar a quase 2 milhões de unidades graças ao lançamento de novos veículos, como o Renegade, e a abertura de novos centros de produção.
“No Brasil, que é o quarto maior mercado mundial de automóveis, somos muito conhecidos, mas estávamos gravemente limitados porque não fabricamos localmente. Agora vamos ter uma oportunidade que nunca antes tínhamos tido”, explicou Manley.
O diretor considera que as identidades de Jeep e Brasil são similares, o que acrescenta valor à oportunidade que o país representa para a marca.
“Quando penso no espírito do Brasil e no da Jeep, em grande medida os vejo estreitamente alinhados. Para mim, o Brasil é um país otimista e jovial, que quer explorar, fazer coisas, crescer. Isso está dentro do que a Jeep representa”, acrescentou Manley.
Mas Manley também indicou que o crescimento da Jeep no Brasil não será possível sem uma forte rede de distribuição, por isso a montadora iniciará nos próximos meses uma rápida e ambiciosa expansão de suas concessionárias.
“Só temos 43 concessionárias em um país imenso como o Brasil. Mas quando começamos a falar com as concessionárias sobre a oportunidade da Jeep, a resposta foi fenomenal. Antes do final do próximo ano teremos mais de 200 concessionárias no país”, revelou.
“A única forma de crescer tão rapidamente é as concessionárias terem fé e vontade. Não é algo que nós podemos impor. E os proprietários das concessionárias são pessoas cuja vida depende de entender o mercado no qual vendem”, precisou.
A fábrica de Goiana, que inclui a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Recife, terá uma capacidade para produzir 250 mil veículos por ano e empregará diretamente cerca de 9 mil pessoas, junto com o parque de provedores, quando estiver em pleno rendimento.
“Acho que o Brasil é o mercado adequado para nós, e o Renegade se ajusta em grande medida à cultura do Brasil”, frisou Manley.
A FCA e a Jeep preveem que até 2018 a marca duplicará suas vendas mundiais, chegando a quase 2 milhões de unidades graças ao lançamento de novos veículos como o Renegade e ao início da produção no Brasil e na China.
Manley explicou que este crescimento “procederá de dois elementos-chave. O primeiro será entrar em novos segmentos, e segmentos relevantes, como o segmento B de utilitários esportivos, cujas previsões de vendas por ano até o final de 2015 são de 2 milhões de unidades”.
“É um novo segmento no qual não estivemos, que é globalmente muito significante e no qual vamos ser muito competitivos” com Renegade disse.
“O segundo elemento são novos produtos. E finalmente, à medida que crescermos em todas as regiões, também reforçaremos nossos canais de distribuição”, disse.
Manley reconheceu que a Jeep está “ampliando as fronteiras”, como fez com o design do modelo Cherokee, que para muitos rompeu os padrões da marca, mas destacou que o mercado respondeu de forma positiva, como mostra o aumento da demanda.
“As vendas da Jeep passaram de 300 mil unidades há cinco anos a 1 milhão em 2014, o que mostra que podemos obter rentabilidade dos investimentos que foram feitos. Cada vez que se desenvolve um novo veículo, há um risco. Mas a Jeep provou que somos capazes de gerar lucro com esses investimentos”, explicou.
“A Jeep é uma marca aventureira. Quando começamos com o Cherokee, sabíamos que estávamos ampliando os limites, mas que tínhamos que manter a essência da marca. E sabíamos que iríamos criar uma reação. Mas a realidade é que, para ter sucesso, é preciso que criar reação”, acrescentou o executivo.
“O segmento B é provavelmente o mais competitivo do mundo. Costumávamos dominá-lo há anos, mas as marcas de importação tomaram o controle. Para mim, como responsável da Jeep, o que realmente queria fazer era voltar para onde estávamos e não se pode fazer isso sem criar uma reação”, precisou.
Manley acrescentou que “felizmente, com (Sergio) Marchionne, presidente da FCA, tivemos a liberdade para ampliar os limites. Assim é como se cresce. Assim é como vamos crescer nos próximos 75 anos”. EFE
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