Protesto em defesa do beijo em público na Índia termina com 40 presos

  • Por Agencia EFE
  • 02/11/2014 13h17

Nova Délhi, 2 nov (EFE).- A polícia indiana prendeu neste domingo mais 40 pessoas que participavam de uma manifestação em defesa do direito de se beijar em público e contra as brigadas moralistas que tentam evitar a prática na cidade de Cochin, no sul do país, informaram fontes oficiais.

Participantes do protesto chamado de “Beijo de amor”, organizado através do Facebook, planejavam realizar uma manifestação que seria encerrada com um “festival de beijos”, mas foram impedidos por forças de segurança, grupos hindus e muçulmanos.

“Prendemos cerca de 40 quarenta pessoas. Há outros que também estão protestando contra o evento. A situação é volátil”, disse o diretor-geral da Polícia de Kerala, estado onde fica Cochin, à rede de televisão “IBN”.

O “festival de beijos” estava planejado para às 5h no horário local (9h30 em Brasília). No entanto, uma hora antes do início, ativistas “antibeijos” do partido fundamentalista hindu Shiv Sena (Exército de Shiva) e do grupo muçulmano Federação dos Estudantes Samastha Sunni cortaram os acessos ao local onde seria realizada a manifestação.

“Esse festival de beijos atenta contra a cultura de Kerala. Ele não deve ser permitido”, disse uma manifestante “antibeijos” à agência local “PTI”.

O protesto “Beijo de amor” foi organizado por um grupo de jovens depois de, na semana passada, homens da ala juvenil do partido Bharatiya Janata destruírem um café na cidade de Kozhikode, em Kerala. Uma televisão local mostrou imagens do ataque. Não houve feridos.

Opositores do “festival de beijos” apresentaram duas queixas no Tribunal Superior de Kerala, que negou interferir no protesto depois que o governo estadual garantiu que tomaria medidas se atos ilegais fossem praticados.

A polícia, por outro lado, prometeu agir somente fossem praticadas violações contra as leis de obscenidade ou os manifestantes atrapalhassem a ordem pública.

A sociedade indiana impõe muitas restrições ao comportamento público de casais. É raro ver nas ruas do país um casal de mãos dadas. EFE

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