Protestos contra golpe de Burkina Fasso deixam um morto e vários feridos

  • Por EFE
  • 17/09/2015 11h33
Reprodução/ Twitter Guarda presidencial declara o golpe em transmissão pela TV em Burkina Fasso

Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas durante a repressão dos protestos registrados nas ruas da capital de Burkina Fasso, Ouagadogou, contra o golpe de estado dado nesta quinta-feira por uma facção militar, informaram à Agência Efe fontes da área de saúde.

Disparos esporádicos e fortes explosões foram ouvidos hoje no centro da cidade, onde soldados em veículos militares perseguem os membros da oposição que tentam se concentrar para protestar contra o golpe.

No começo da manhã, vários grupos da sociedade civil e sindicatos chamaram seus simpatizantes a se mobilizar e resistir ao golpe, a poucas semanas de eleições ligações ao pôr fim à transição civil iniciada após a renúncia do ex-ditador Blaise Compaoré.

Uma pessoa morreu após ser baleada na estrada que leva ao hospital Yalgado Ouedraogo, o principal da capital, onde também foram atendidos vários manifestantes por ferimentos de bala, segundo fontes.

Os sindicatos chamaram a uma greve geral indefinida em todo o país para protestar pelo levantamento militar e exigir o desmantelamento do Regimento de Segurança Presidencial (RSP) ou guarda presidencial, corpo que sequestrou ontem os líderes de transição.

Dirigentes da oposição, muitos deles candidatos nas eleições previstas para 11 de outubro, concordaram se reunir hoje para adotar uma postura comum.

A nova autoridade estabelecida pelos golpistas, denominada Conselho Nacional para a Democracia, confirmou esta manhã a dissolução do governo de transição e a obrigada renúncia de seu presidente, Michel Kafando, que permanece desde ontem em “prisão domiciliar” junto ao primeiro-ministro.

O governo de transição foi instaurado em novembro do ano passado, depois que uma revolta popular colocou fim aos 27 anos de mandato do presidente Blaise Compaoré, cujo ex-chefe de Estado-Maior, o general Gilbert Diendéré foi proclamado líder do conselho golpista.

A primeira medida de Diendére foi fechar as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, assim como estabelecer um toque de recolher para a população a partir desta tarde.

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