PSB anuncia chapa com Eduardo Campos para presidente e Marina Silva como vice
Brasília, 14 abr (EFE).- O PSB anunciou nesta segunda-feira que disputará as eleições presidenciais de outubro com uma chapa integrada pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato a presidente, e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como vice.
A chapa foi anunciada em um ato em um hotel de Brasília do qual participaram os candidatos com seus familiares e centenas de líderes e militantes do PSB e de partidos políticos que apoiarão a candidatura, como o PPS e o PDT.
“As lideranças e os militantes do partido delegaram aos líderes do PSB, Eduardo Campos, e da Rede, Marina Silva, a tarefa de representá-los nesse processo eleitoral como pré-candidatos à Presidência da República”, anunciou o secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira, no discurso de abertura do ato.
O anúncio pôs fim a meses de especulação sobre a ordem que Campos e Marina ocupariam na chapa, já que a ex-ministra está melhor colocada nas pesquisa sobre intenções de voto e é considerada a única rival que ameaça o favoritismo da presidente Dilma Rousseff.
A chapa poderá ser formalizada apenas em junho, após a Convenção Nacional do PSB, motivo pelo qual ambos terão a condição de pré-candidatos até então.
Apesar de estar pior situado nas pesquisas e ser menos conhecido nacionalmente, os socialistas optaram por botar Eduardo Campos, presidente do PSB, na cabeça de chapa por considerar que tem mais condições de crescer e de atrair aliados.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de 2010 com quase 20 milhões de votos e pretendia tentar chefia do Estado novamente este ano.
Mas o partido criado pela ex-ministra, a Rede Sustentabilidade, não foi homologado pela Justiça Eleitoral a tempo para as eleições de outubro, motivo pelo qual Marina e todos seus seguidores filiaram-se ao PSB, partido com o qual formaram uma aliança programática.
O PSB espera que, com Marina como candidata a vice-presidente, Eduardo Campos herde os votos da ex-ministra.
“A transferência de votos nunca é total, mas achamos que será substancial. Lançamos hoje uma chapa com grande potencial”, afirmou o deputado Alfredo Sirkis, um dos correligionários de Marina que filiou-se ao PSB.
Apesar do anúncio da ordem dos candidatos na chapa, o PSB ainda pode inverter a posição de ambos até meados de setembro, o que os analistas não descartam caso Eduardo Campos não melhore nas pesquisas.
Segundo a última pesquisa da Datafolha, se as eleições fossem hoje, Dilma garantiria sua reeleição sem necessidade de um segundo turno, já que obteria 38% dos votos válidos, na frente do senador Aécio Neves, o mais provável candidato do PSDB, com 16 %, e de Eduardo Campos (10%).
Caso a candidata dos socialistas à presidência seja Marina Silva, Dilma obteria 39%, a ex-ministra, 27%, e Aécio Neves, 16%. Neste caso, haveria segundo turno entre a atual presidente e a ex-ministra.
“Combinamos um casamento que até agora funcionou muito bem, e agora, com a confirmação da minha candidatura a vice-presidente, passamos da aliança programática para uma aliança eleitoral”, afirmou Marina no discurso que fez no evento.
Campos aproveitou seu pronunciamento para apresentar-se como uma alternativa aos dois partidos que governaram o Brasil nos últimos 20 anos, assegurou que a polarização entre PT e PSDB prejudicou o país e criticou a política econômica de Dilma, de quem foi um importante aliado até o ano passado.
“O Brasil parou de crescer e precisa de um líder que gere confiança para permitir a recuperação da economia”, declarou o pré-candidato presidencial. EFE
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