Putin diz que Ocidente tentará desestabilizar Rússia em período eleitoral

  • Por Agencia EFE
  • 26/03/2015 10h52

Moscou, 26 mar (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou nesta quinta-feira que os serviços secretos ocidentais já preparam operações para desestabilizar a situação na Rússia e desacreditar as autoridades do país durante o período eleitoral, entre 2016 e 2018.

“Não acabam as tentativas dos serviços secretos ocidentais de usar as ONGs para desacreditar as autoridades e desestabilizar a situação interna na Rússia”, disse Putin, citado pela agência “Interfax”, em reunião com o estado maior do Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB).

Ele advertiu que “já se preparam ações para o período das campanhas eleitorais”. As parlamentares estão previstas em 2016 e as presidenciais para 2018.

“Estamos prontos para dialogar com a oposição, mas não faz sentido debater com aqueles que trabalham por encomenda externa, não em interesse do próprio país, mas de outro”, ressaltou o chefe do Kremlin.

Neste sentido, Putin destacou que, assim como já é feito, após a aprovação de uma lei sobre as ONGs, “as autoridades se fixarão nas fontes de financiamento estrangeiro das ONGs”.

Pouco depois das grandes manifestações da oposição em 2011 e 2012, a Rússia aprovou uma controvertida lei que obriga a inscrição de ONGs que recebem financiamento exterior e realizam atividades políticas como “agente estrangeiro”.

Putin, que após seu retorno à presidência russa em 2011 endureceu as leis que regulam as manifestações, reiterou várias vezes que a Rússia não permitirá desordens públicas como as que aconteceram há um ano no centro de Kiev e que provocaram a queda do então presidente ucraniano Viktor Yanukovich.

“É preciso reagir imediatamente e com dureza a qualquer chamado à violência e às desordens públicas”, disse ontem em reunião com o estado maior da Procuradoria Geral russa.

Hoje Putin também se referiu a outra polêmica legislação que, segundo a oposição restringe as liberdades civis: a chamada “lei Lugovoi”, que permite bloquear sem decisão judicial o acesso a sites considerados de apologia extremista.

“Não se trata de restringir as liberdades na internet. Trata-se de garantir a segurança e o respeito à lei”, justificou.

No entanto, pouco depois da aprovação da polêmica lei, em vigor desde 1º de fevereiro de 2014, as autoridades russas bloquearam o acesso a vários sites da oposição não parlamentar “por apologia a atividades ilegais”. EFE

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