Rebeldes do Seleka ocupam cidade ao norte da capital da RCA

  • Por Agencia EFE
  • 31/01/2014 12h08

Bangui, 31 jan (EFE).- Os rebeldes do Seleka ocuparam na quinta-feira a cidade de Sibut, localizada a 180 quilômetros da capital da República Centro-Africana Bangui, de onde a maioria da população se viu obrigada a fugir.

Segundo relataram à Agência Efe várias testemunhas, a cidade foi tomada na quinta-feira por 50 veículos no qual viajavam membros da Seleka fortemente armados que ainda hoje fazem patrulhas pelas ruas.

A cidade ficou “deserta”, parece “um local fantasma”, enquanto a população, “aterrorizada”, fugiu rumo às florestas, explicou um religioso em conversa telefônica.

As testemunhas também relatam que os rebeldes muçulmanos colocaram uma bandeira vermelha na entrada da cidade, o que poderia indicar sua intenção de dividir o país em dois, o norte muçulmano e o sul cristão.

Desde a renúncia do ex-presidente Michel Djotodia pela pressão internacional e a nomeação como líder interina de Catherine Samba-Panza, os rebeldes muçulmanos aumentaram a violência de seus atos.

A violência começou em 5 de dezembro, quando as milícias cristãs “Antibalaka” levaram o caos a Bangui, onde foram registrados intensos tiroteios com artilharia pesada.

Os enfrentamentos, iniciados por esses milicianos partidários do deposto presidente François Bozizé, ocorreram antes que a ONU autorizasse a intervenção militar da França, junto a uma força africana, para restabelecer a ordem no país.

Nas últimas semanas, houve choques entre partidários do Seleka e as milícias “Antibalaka” (“antimachete” em sango, a língua nacional), que atacaram civis muçulmanos, confissão dos membros do Seleka, minoritária no país.

A crise da RC explodiu quando, em 24 de março, a capital foi tomada pelos rebeldes do Seleka, que assumiram o poder no país após a fuga de Bozizé ao exílio, e se formou um Governo liderado pelo líder insurgente Michel Djotodia.

O Parlamento da RCA elegeu em 20 de janeiro a prefeita de Bangui, Catherine Samba-Panza, como presidente interina do país para tentar tirá-lo deste conflito armado.

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