Reino Unido alerta que Rússia pode se tornar “nação pária” por ações na Síria
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, fez um alerta à Rússia nesta terça-feira (11), ao afirmar que o país se arrisca a se transformar em uma “nação pária” por seu papel no conflito da Síria e no assédio a Aleppo.
Em sua primeira declaração na Câmara dos Comuns desde que assumiu o cargo em julho, o ex-prefeito de Londres disse ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ele ambiciona tornar o país grande, mas está arriscando ganhar o “desprezo internacional”.
O chefe da diplomacia britânica ressaltou a posição do governo do Reino Unido em um debate emergencial sobre a situação da cidade de Aleppo. Vários deputados de todos os partidos discursaram por muitas horas na Câmara dos Comuns.
Johnson disse temer que o “fim do poço da indignação” pelas atrocidades cometidas na Síria e pediu que manifestações sejam convocadas em frente à embaixada russa em Londres para condenar as ações de Putin em apoio ao regime do presidente Bashar al Assad.
Doze pessoas, entre elas quatro menores de idade, morreram nesta terça-feira (11), devido aos bombardeios dos aviões russos em várias partes da cidade de Aleppo, no norte do país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Os ataques à região se intensificaram desde o dia 19 de setembro, quando Al Assad declarou inválida a trégua estipulada previamente por Estados Unidos e Rússia.
O chanceler do Reino Unido reiterou nesta terça-feira (11), que a presença do grupo terrorista Jabhat al Nusra junto das milícias rebeldes em Aleppo não pode ser usada como motivo para a Rússia bombardear a cidade. Além disso, Johnson responsabilizou o Kremlin pelo ataque a um comboio de ajuda humanitária ocorrido no dia 19 de setembro.
Após a intervenção o discurso do ministro, a embaixada russa em Londres emitiu uma breve nota pelo Twitter, afirmando que o “histórico da Rússia na Síria são milhares de pessoas libertadas e milhares de toneladas de ajuda humanitária. Qual é o do Reino Unido?”, questionava a mensagem.
Na última semana, o governo da Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentada por França e Espanha com apoio de outras potências ocidentais, na qual se pedia um cessar-fogo na Síria, incluindo o fim dos ataques contra Aleppo.
Desde o fim da trégua no dia 19 de setembro, pelo menos 497 civis morreram na região de Aleppo, entre eles 90 menores de idade e 40 mulheres, de acordo com o Observatório Sírio.
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