Reino Unido quer que companhias revelem IP de internautas sob investigação

  • Por Agencia EFE
  • 23/11/2014 08h50

Londres, 23 nov (EFE).- O governo britânico anunciou neste domingo que prepara uma lei que obrigará as companhias de telecomunicações a revelar a identidade dos usuários de internet investigados pela polícia.

As provedores deverão entregar às forças de segurança os detalhes ligados a um determinado endereço IP para facilitar o trabalho de identificação de suspeitos, afirmou a ministra de Interior, Theresa May.

Segundo a ministra, investigadores policiais têm “perdido capacidades” nas quais “sempre tinham confiado” por causa das novas tecnologias, o que a seus olhos representa um “grande perigo”.

A legislação permitirá aos agentes saber quem estava usando um computador ou um telefone celular em um determinado momento.

“Esta lei é a oportunidade de resolver problemas muito reais que existem em torno da resolução de endereços IP e é um passo em boa direção para superar a lacuna que em geral existe na informação digital”, declarou May.

Em abril de 2013, a ministra conservadora se viu forçada a abandonar um projeto de lei que obrigava as companhias a guardar dados dos usuários durante um ano devido à oposição do partido Liberal-Democrata, importante base de apoio do governo do primeiro-ministro David Cameron.

Desta vez, os “Lib Dem” se mostraram favoráveis ao novo marco legal: “Isso é exatamente o tipo de questão que deve ser abordada”, disse um porta-voz do partido, que considerou que o anúncio do Ministério do Interior uma “boa notícia”.

A diretora da organização defensora dos direitos de privacidade “Big Brother Watch”, Emma Carr, considerou por sua vez que “é perfeitamente razoável que a polícia tenha a capacidade de ligar um endereço IP a uma pessoa que está sendo investigada”.

“Contudo, (a lei) deveria estar submissa a uma ampla consulta e a uma apuração compreensiva com a indústria e a sociedade civil, algo que faltou até o momento quando se trata de habilitar novos poderes de monitoramento”, ponderou Carr. EFE

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