Rohani: nunca assinaremos um acordo que permita chegar aos nossos segredos
Teerã, 21 mai (EFE).- O presidente iraniano Hassan Rohani insistiu nesta quinta-feira que seu país jamais assinará um acordo com as potências do Grupo 5+1 sobre seu programa nuclear que permita o acesso a seus segredos científicos e militares e disse que os negociadores iranianos cumprirão com essas linhas vermelhas.
O líder se expressou assim em um ato na província iraniana de Azerbaijão do Leste, no qual ressaltou a ferrenha decisão de seu governo de seguir as diretrizes do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, neste aspecto.
“A palavra do líder da Revolução Islâmica é uma ordem para a administração, e nós nunca assinaremos um acordo que possa permitir a qualquer um ter acesso aos segredos científicos e militares do país”, indicou Rohani.
Além disso, o presidente apontou que outra linha vermelha na qual não cederá será no campo da pesquisa e desenvolvimento nuclear, que deverá ser garantido para o Irã em qualquer acordo.
Rohani se uniu assim ao cruzamento de declarações que o Irã e autoridades dos EUA, parte do Grupo 5+1 junto com a China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha, fizeram nestes dias sobre a necessidade de um acordo nuclear incluir o acesso a centros militares iranianos suspeitos e a seus cientistas nucleares.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, indicou ontem mesmo que se seu país “não receber as garantias necessárias para o acesso a lugares onde tenha havido atividades relacionadas com uma possível dimensão militar” do programa nuclear iraniano, não haverá um acordo.
“Acordamos com o Irã que abriríamos um processo para atender as possíveis dimensões nucleares de seus trabalhos no passado, e parte de isso inclui o acesso” aos lugares suspeitos, acrescentou a porta-voz.
O Irã apontou em várias oportunidades sua disposição a aceitar o Protocolo Adicional de Inspeções Nucleares da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apesar do debate estar na interpretação que as partes dão sobre o tipo de inspeções que autoriza dito protocolo.
Enquanto para os EUA e o presidente da AIEA, o japonês Yukiya Amano, dito protocolo permitiria o acesso de seus técnicos a instalações militares iranianos, para o Irã o documento, que já é aplicado em vários países, estabelece regulações que impedem visitas a instalações de qualquer país “sem justificativa lógica”.EFE
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