Rússia adverte a Kiev que associação com UE terá “sérias consequências”
Moscou, 27 jun (EFE).- A associação da Ucrânia com a União Europeia, assinada nesta sexta-feira em Bruxelas, terá “sérias consequências” para a economia ucraniana e para as relações comerciais entre Kiev e Moscou, advertiu o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Grigori Karasin.
“As consequências da assinatura (do Acordo de Associação com a UE) pela Ucrânia e Moldávia serão sem dúvida sérias. É importante que as partes entendam (…) as consequências nas relações com outros parceiros, entre eles a Rússia, com a qual tanto a Moldávia como a Ucrânia têm um acordo de livre-comércio”, ressaltou Karasin.
Por sua vez, o chefe do comitê parlamentar para Assuntos Internacionais, Alexei Pushkov, assinalou que a Ucrânia perderá até US$ 40 bilhões em um ano após abrir suas fronteiras aos mercados da União Europeia.
“A Ucrânia não poderá vender seus produtos ao mercado russo nas mesmas condições que antes, já que cada zona de livre-comércio tem suas exigências, e devido a isto Rússia terá que revisar as condições nas quais comercializamos com a Ucrânia”, disse o deputado da governamental Rússia Unida.
Moscou já tinha advertido desde final do ano passado -meses antes do então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, rejeitar a assinatura do Acordo de Associação que hoje assinou o novo líder desse país, Petro Poroshenko-, das consequências que teria a assinatura para a economia ucraniana.
Para a Rússia, a zona de livre-comércio entre Kiev e Bruxelas -que permite que mais de 90% dos produtos europeus entrem ao mercado da antiga república soviética sem pagar tarifas- é incompatível com a abertura das fronteiras da União Aduaneira para as mercadorias procedentes da Ucrânia.
Moscou tenta introduzir tarifas para os produtos ucranianos a fim de proteger seu próprio mercado de mercadoria barata procedente da UE, cuja entrada na Rússia poderia prejudicar os produtores russos, menos competitivos que os europeus.
A assinatura dos acordos aconteceu em cerimônia durante a cúpula que reuniu em Bruxelas os líderes dos vinte E oito, e na qual participaram o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko; o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, e o primeiro-ministro da Moldávia, Iurie Leanca. EFE
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