Rússia diz para Otan que já retirou suas tropas da fronteira com a Ucrânia
Moscou, 8 mai (EFE).- O Ministério da Defesa russo assegurou nesta quinta-feira que já retirou há dias suas tropas da fronteira com a Ucrânia após realizar manobras militares, recuo que os EUA e a Otan dizem não ter provas.
“A fim de evitar novas provocações, retiramos da fronteira até as unidades táticas que realizavam exercícios em seus polígonos de lugar permanente”, afirmou Anatoli Antónov, vice-ministro da Defesa russo, em comunicado.
Antonov ressaltou que o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, já informou sobre dita retirada a seu colega americano, e criticou o fato de que a Aliança Atlântica ponha em dúvidas as afirmações russas sem apresentar nenhuma evidência.
A nota destaca que um grupo de observação aérea americano-norueguês pôde comprovar a ausência de tropas russas durante voos de reconhecimento realizados nesta semana na fronteira com as regiões ucranianas de Lugansk e Kharkiv.
Por sua vez, Antonov criticou a concentração de tropas ucranianas na fronteira com a Rússia, onde teriam sido desdobrados uns 15 mil soldados, ao qual se somaria o aumento da presença militar aliada no leste da Europa.
“Em condições de crise na Ucrânia, tais ações, quanto menos, não contribuem para reduzir a tensão na Ucrânia”, apontou.
Antonov pediu à Otan e ao Pentágono que não tentem enganar a opinião pública mundial sobre a situação militar real na fronteira russo-ucraniana.
O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou ontem a retirada das tropas russas da fronteira ucraniana depois de se reunir no Kremlin com o chefe da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, Didier Burkhalter.
Enquanto isso, o secretário-geral da Otan, Anders Rasmussen, insistiu hoje em Varsóvia que “até o momento não há sinais” de que a Rússia esteja retirando suas tropas da fronteira oriental da Ucrânia.
A Rússia assegurou que não tem planos de invadir território ucraniano, embora Putin tenha advertido que o Senado russo deu o mandato para desdobrar tropas no país vizinho caso sejam violados os direitos da minoria russa e russófona.EFE
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