São Paulo tem subnotificação de dengue por falta de kits, admite secretário

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2016 11h33
SP - POLO DENGUE/RIBEIRÃO PRETO - GERAL - 1º Polo Dengue instalado na UBDS Castelo Branco, em Ribeirão Preto (SP), começa a funcionar nesta quinta-feira (11). A unidade funcionará 24 horas por dia e contará durante todo o período sempre com uma equipe composta por dois médicos, dois enfermeiros e de 5 a 7 técnicos de enfermagem. O Polo Dengue tem a finalidade de desafogar as unidades de saúde, principalmente os pronto atendimentos, que têm recebido uma demanda excessiva de pacientes com suspeita de dengue. 11/02/2016 - Foto: RENATO LOPES RP/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Renato Lopes/ Estadão Conteúdo - 11/02/16 Unidade 24h exclusiva para tratar dengue abriu nesta quinta (11) lotada e objetiva desafogar postos de saúde de Ribeirão Preto (SP)

Em São Paulo, a falta do exame que identifica a dengue no sangue do paciente pode gerar uma subnotificação de casos no Estado e ainda comprometer as ações estratégicas de combate ao vírus.

Isso porque sem a confirmação, o caso não pode ser computado e constar nos levantamentos oficiais, admite o secretário da Saúde do estado São Paulo, David Uip, à Jovem Pan.

Segundo a pasta estadual, o Ministério da Saúde deixou de enviar os kits de sorologia há 5 meses. Ainda assim, o estoque da rede garantiu os resultados até janeiro. Agora, não há mais materiais para identificar a doença.

David Uip reitera a importância dos kits para o combate da epidemia responsável por 649 mil casos em 2015 no Estado. “Este painel de diagnóstico, do ponto de vista epidemiológico, é fundamental, pois todas as políticas públicas se baseiam nele”, afirma Uip.

O secretário reconhece que o número de notificações é maior que o número de confirmações de casos de dengue, uma vez que não é possível verificar e computar o resultado.

Segundo o secretário, quando o médico atende um paciente com os sintoma da dengue, ele pode fazer apenas a notificação de um caso suspeito às autoridades.

A confirmação fica à cargo dos exames, que vão se acumulando no Instituto Adolfo Lutz. Em nota o instituto informou que tem armazenado amostras dos 645 municípios paulistas até que a situação se normalize.

Tratamento não muda

O secretário David Uip esclarece, no entanto, que o atendimento clínico dos pacientes não é prejudicado pela falta do exame.

“É claro que nesse momento é fundamental o exame sorológico, para distinguir o que é zika vírus, o que é chikungunya e o que é dengue”, admite. “Agora, o diagnóstico inicial é o diagnóstico clínico. Do ponto de vista objetivo, as providências são as mesmas para qualquer uma dessas três viroses, visto que não há remédio específico para nenhuma delas”.

Os métodos de tratamento são “sustentação da vida”, nos casos grave, e hidratação, diz.

Em Brasília, o ministro da Sáude Marcelo Castro informou que não faltará dinheiro para compra dos kits para exames de dengue.

Reportagem de Carolina Ercolin

Foto do texto: Divulgação/Arquivo Agência Assembleia

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.