Seul e Washington iniciam manobras marcadas por suposto ataque norte-coreano

  • Por Agencia EFE
  • 12/08/2015 08h58

Seul, 12 ago (EFE).- Coreia do Sul e Estados Unidos iniciarão nesta quarta-feira suas manobras militares conjuntas de artilharia, em um momento de elevada tensão com a Coreia do Norte após a explosão de uma mina que feriu gravemente dois soldados sul-coreanos.

As forças conjuntas de Seul e Washington realizarão hoje o primeiro de um total de quatro exercícios de artilharia neste mês com o objetivo de “reforçar sua preparação para o combate perante possíveis provocações da Coreia do Norte”, disse à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano.

As manobras conjuntas, que são realizadas anualmente, contarão nesta ocasião com a participação de 2.000 soldados sul-coreanos e americanos de 47 unidades, segundo um comunicado de Defesa.

A Coreia do Sul utilizará tanques K-2, veículos blindados K-21, helicópteros Surion, aviões de combate FA-50 e um sistema de lançamento múltiplo de foguetes, enquanto as forças americanas apresentarão veículos de combate Bradley, helicópteros Apache e bombardeiros A-10, entre outros.

O número de tropas e armamento é maior que em edições anteriores uma vez que o exercício deste ano coincide com a comemoração, no próximo dia 15 de agosto, do 70º aniversário da libertação da Coreia do domínio colonial do Japão, segundo o comunicado de Defesa.

As manobras estarão fortemente marcadas pela elevada tensão que vive a península coreana desde que, no último dia 4, dois soldados sul-coreanos ficaram gravemente feridos na explosão de três minas nas proximidades da fronteira com a Coreia do Norte.

Após uma investigação, o governo sul-coreano concluiu que as minas foram colocadas por soldados do Norte que, sem serem vistos, teriam penetrado 440 metros em território sul-coreano entre os dias 26 de julho e 1º de agosto.

Como resposta, Seul emitiu esta semana uma ordem de alerta máximo na região, preparou sua artilharia perante a possibilidade de novas agressões e retomou a chamada “guerra psicológica” ao reativar pela primeira vez em mais de uma década os alto-falantes na fronteira que enviam mensagens contra o regime dos Kim.

A expectativa é que as novas manobras acrescentem ainda mais tensão, já que a Coreia do Norte costuma responder com duras ameaças a este tipo de ações militares conjuntas dos aliados.

Os EUA mantêm 28.500 soldados na Coreia do Sul e ambos países realizam exercícios militares conjuntos de forma periódica como herança da Guerra da Coreia (1950-53). EFE

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