Sobrevivente de ataque a boate em Orlando fala sobre “cheiro de morte no ar”
Felipe Marrero – uma das vítimas do tiroteio em uma boate LGBT [sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros] na cidade americana de Orlando – contou que teve que simular a própria morte durante o ataque para salvar sua vida, tornando-se testemunha ocular dos acontecimentos.
Há uma semana, na noite do domingo (12), no clube Pulse, foram mortas 49 pessoas e feridas outras 53 durante um ataque cometido por Omar Marteen, que foi morto pela polícia local após o atentado. Esse foi o tiroteio com o maior número de vítimas em toda a história dos EUA.
Marrero informou, citado pela agência Associated Press, que estava entre o criminoso e a porta e, por isso, não conseguiu deixar o clube. Então, ele caiu no chão simulando sua morte e se protegendo por um sofá próximo.
“Estive no chão por pelo menos 30 minutos, tentando não fazer movimentos bruscos. Simplesmente estava simulando a morte,” disse.
De acordo com a testemunha ocular, perto dele estava um homem com a cabeça atingida por um tiro e, ao redor, também entre os mortos, estava um dos seus amigos. Assim passaram 30 minutos, 40 minutos enquanto, na sala, ainda se ouviam gritos e lamentos. “Todo o lugar tinha um cheiro terrível tipo pólvora, era o cheiro da morte no ar,” contou Marrero.
De acordo com o sobrevivente, depois, os sons de tiros dentro do clube cessaram e, nas janelas, apareceram luzes de carros policiais. Depois, o atirador aproximou-se de Marrero e atirou, atingindo as costas e a mão esquerda dele. “Estava todo em sangue, com a mão dilacerada, a dor era intolerável,” lembra a vítima.
Depois disso, os policiais entraram na sala e o criminoso fugiu para outra parte do clube.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.