Sociólogo Domenico De Masi, criador do ‘ócio criativo’, morre aos 85 anos

Informação foi confirmada neste sábado, 9, por veículos de imprensa italianos, mas causa da morte ainda não foi divulgada

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2023 13h03
Lia de Paula/ Agência Senado domenico-de-masi-morre-85-anos-Lia de Paula-Agência Senado Domenico de Masi em audiência pública no Senado Federal em 2014

O sociólogo italiano Domenico De Masi morreu aos 85 anos, em Roma. A informação foi confirmada neste sábado, 9, por veículos de imprensa italianos. A causa da morte ainda não foi divulgada mas, em agosto o acadêmico descobriu que tinha uma doença invasiva, enquanto estava de férias em Ravello, segundo o jornal “Il Fatto Quotidiano”. De Masi tornou-se famoso pelo conceito de “ócio criativo”, tese segundo a qual o ócio, longe de ser negativo, é um fator que estimula a criatividade pessoal. O pensador residiu em 3 cidades italianas: Nápoles, Milão e Roma. Aos dezenove anos, já escrevia, para a revista “Nord e Sud”, artigos de sociologia urbana e do trabalho. Aos 22 anos, lecionava na Universidade de Nápoles. Mais recentemente, assumiu o posto de professor de sociologia do trabalho na Universidade de Roma “La Sapienza”. O sociólogo tem bibliografia extensa e  parte de suas obras são tidas como revolucionárias no campo das ciências humanas. Entre elas, se destacam: “Desenvolvimento Sem Trabalho”; “A Emoção e a Regra”; “O Ócio Criativo” e “O Futuro do Trabalho”.

Em 2010, De Masi tornou-se cidadão honorário da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, devida à sua grande admiração pelo país, o qual foi um dos objetos de estudo de seu livro “O Futuro Chegou”. Na obra, além de analisar a estrutura de países como Brasil, Índia, China e Japão, o autor perpassa pelos sistemas que mais marcaram a história social do mundo, os modelos católico, hebraico, muçulmano, protestante, clássico, iluminista, liberal, capitalista, socialista, comunista até nosso atual modelo pós-industrial. O sociólogo era amigo pessoal de figuras como o arquiteto Oscar Niemeyer, o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele chegou a visitar Lula na cadeia, em Curitiba, enquanto o atual mandatário ficou preso.

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