Surto de H1N1 gera filas e falta de vacinas na rede particular de clínicas

  • Por Agência Estado
  • 01/04/2016 08h04
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Osnei Restio/ Prefeitura de Nova Odessa 07/05/2014 Osnei Restio/ Prefeitura de Nova Odessa 07/05/2014 30/04/2015 - Brasil, Começa na próxima segunda-feira (4) a campanha nacional de vacinação contra a gripe, com a distribuição de 54 milhões de doses para os chamados “grupos prioritários”. Segundo o Ministério da Saúde, foram investidos R$ 487 milhões na ação, que segue até 22 de maio. Fazem parte do grupo vulnerável as crianças de 6 meses a menores de 5 anos, doentes crônicos, idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, povos indígenas, gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, presos e funcionários do sistema prisional, além da população indígena.

Com a alta demanda por vacina contra a gripe e a rapidez com que os novos lotes têm se esgotado, clínicas de vacinação vêm orientando seus clientes a chegar até uma hora e meia antes do horário de abertura do estabelecimento para tentar conseguir o imunizante com mais facilidade.

“Disseram que amanhã (1) deve chegar mais vacinas para adultos, mas é para chegar bem cedo, pelo menos umas 6h30, para ter chance de conseguir. Mas a clínica só abre às 8 horas e todo mundo faz fila em volta do quarteirão”, conta a apresentadora de TV Mari Simões, de 38 anos, que buscou a vacina para ela e a família em uma clínica dos Jardins, na zona sul, na tarde de ontem. “Tenho crianças e meu marido é médico. Ele tem muito contato com pessoas infectadas e, por isso, queríamos nos vacinar logo”, disse ela. “Eu até podia tomar a vacina pelo SUS porque tenho bronquite asmática, mas precisaria esperar mais. O jeito vai ser encarar a fila da clínica de manhã”, diz.

Rede pública

Pela rede pública, só podem vacinar-se pessoas que integram os grupos de risco: idosos, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, doentes crônicos, puérperas, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional. A campanha nacional, no entanto, só será iniciada no dia 30 de abril.

Na capital e na Grande São Paulo, a ação foi antecipada para o dia 11, mas apenas para idosos, gestantes e grávidas. Antes disso, a partir do dia 8, os trabalhadores da área da saúde também poderão imunizar-se.

770 nomes

Foram necessários apenas 60 minutos para que um lote de 150 vacinas contra a gripe se esgotasse em uma clínica do Ibirapuera, na zona sul paulistana, na quarta-feira, 30. Em uma unidade dos Jardins, também na zona sul, a remessa com centenas de doses acabou em duas horas. Com o surto antecipado do vírus H1N1 no Estado de São Paulo, clínicas de vacinação da capital não estão dando conta da demanda pela imunização. O produto está em falta em dezenas de estabelecimentos e alguns deles já fazem lista de espera de interessados no produto. Em uma unidade no Brooklin, zona sul, a lista ganhou 770 nomes em dois dias.

“Ligamos ontem (30) para uma clínica para saber se um novo lote havia chegado e eles disseram que sim. Quando fomos hoje (31) nos vacinar, já tinha acabado. E tínhamos procurado a vacina em outros dois lugares”, comentou a administradora de empresas Cibeli Passarinho de Assis, de 45 anos, que faz tratamento para engravidar e busca proteção contra o vírus. “A gente ficou com medo. Dizem que essa gripe pode matar em três dias”, afirma ela, que buscou a imunização com o marido. Após procurar, sem sucesso, três clínicas em busca da vacina, o casal encontrou o produto disponível em um estabelecimento da Bela Vista (região central da capital), mas pelo dobro do preço das outras clínicas “Desistimos de tomar. Nos outros locais, a vacina quadrivalente estava R$ 120 e, aqui, custa R$ 230”, diz.

Mesmo sem fazer parte de nenhum grupo de risco para a doença, o administrador Peter Walsh, de 52 anos, também tentou vacinar-se ontem em uma clínica dos Jardins, mas não encontrou o produto. “Todo ano me vacino e nunca vi esse caos. Só que agora a gente está mais preocupado. Tenho uma amiga de 38 anos que morreu dessa doença”, diz ele.

Congestionadas

A reportagem entrou em contato com 21 clínicas de vacinação em São Paulo ontem. A maioria estava com os telefones ocupados por pelo menos quatro horas durante a tarde. Só cinco atenderam.

O único com vacinas disponíveis foi um estabelecimento no Brooklin. Os atendentes relataram que as filas estão grandes desde o início da manhã até o fim da tarde. Anteontem, o estoque acabou e a clínica passou a colocar os pacientes na lista de espera, que chegou a 770 nomes. No fim do dia, uma remessa com mil doses foi entregue. A expectativa é de que o novo lote se esgote hoje.

Uma clínica no Jabaquara (zona sul) informou que a vacina acabou, mas que uma nova remessa deverá chegar na próxima quarta Foi relatado que as filas estão se acumulando e a quantidade de pessoas na lista é tão grande que a inclusão de novos nomes foi suspensa.

Na Mooca (zona leste), uma clínica relatou que não há mais vacina disponível e receberá o próximo lote apenas no dia 11 de abril. Desde ontem, quando o estoque esgotou, cerca de cem pessoas já foram incluídas em uma lista de espera.

No Morumbi, na zona sul, uma clínica informou que a vacina está esgotada. Mas é possível que uma remessa chegue na próxima semana. A clínica estava marcando horário para a vacinação, mas a entrega dos lotes começou a atrasar e os agendamentos foram suspensos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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