Twitter pode cair em desuso com a chegada do Threads? Entenda

Nova rede social de Mark Zuckerberg foi lançada nesta semana, é parecida com Twitter e já conta com mais de 30 milhões de perfis

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2023 10h00 - Atualizado em 08/07/2023 13h57
EFE/Ernesto Arias /ARCHIVO e Britta Pedersen/AFP elon musk e Zuckerberg lutando Elon Musk, dono do Twitter, e Mark Zuckerberg, dono do Facebook, Instagram e Whatsapp

O empresário Elon Musk tem adicionado grandes mudanças ao Twitter desde que assumiu a plataforma no último ano. Desta vez, a rede social limitou a visualização de publicações para os usuários. Quem possui o selo de verificação tem acesso a até 10 mil tweets por dia, enquanto não verificados e novas contas, respectivamente, poderão ler 1.000 e 500 postagens em intervalos de 24 horas. A atualização não agradou os usuários da plataforma, que afirmam que o magnata está destruindo o site que se popularizou nos anos 2000. Antes disso, ele chegou a anunciar que o limite seria ainda menor, chegando em 300 tweets para contas recentes e 600 para perfis não verificados. Musk se pronunciou alegando que os recursos foram implantados para conter danos. No entanto, na mesma semana, a Meta anunciou o lançamento do aplicativo Threads. Com funcionalidade similar à do Twitter, a nova rede social de Mark Zuckerberg é focada no texto e, em menos de uma semana, já conta com mais de 30 milhões de usuários cadastrados.

Diferente do Twitter, o Threads é totalmente gratuito e não limita a quantidade de posts vistos por dia. Porém, a rede não possui ferramentas como o “Assuntos do Momento” nem permite encontrar postagens por pesquisa de palavras-chave (apenas perfis). Da mesma forma, o Tweetdeck, recurso popular para a agilidade e viabilidade do uso da versão desktop da plataforma de Musk, será exclusivo para usuários do Twitter Blue a partir de agosto. A tarifa mensal para fazer parte do serviço exclusivo da plataforma está cotada em R$ 42 (ou no plano anual, por R$ 440). Entre os recursos, também estão ferramentas como o selo de verificado e a edição de postagens. A insatisfação com as limitações impostas por Elon Musk abriu caminho para novas plataformas. A indiana Koo se popularizou entre brasileiros e foi uma das primeiras alternativas apresentadas no último ano, também com funções similares às do Twitter. A nova BlueSky, criada pelo fundador do Twitter, também pode se tornar uma potencial concorrente. No entanto, apesar de possuírem sistemas parecidos, a Threads é a única que de fato incomodou Elon Musk. No Twitter, o empresário respondeu tuítes sobre suposta censura de Zuckerberg nas plataformas do Meta. “Imagine se todas as redes sociais estivessem sob o controle de Zuck?”, escreveu. “Todo monopólio de mídias sociais é desespero”, continuou.

A preocupação com o novo investimento de Mark Zuckerberg pode fazer sentido, uma vez que o empresário traz há anos recursos de concorrentes para as suas redes sociais. No início da última década, quando o aplicativo Snapchat se tornou uma febre no exterior e também no Brasil, ele tentou adquirir a rede. Após a recusa, Zuckerberg implantou no Instagram e no Facebook o recurso “stories”, que diminuiu o uso do Snapchat em diferentes lugares do mundo. Com a chegada do Tiktok, o Instagram também adaptou os formatos para a publicação de vídeos na plataforma e os recursos da timeline, a linha do tempo de publicações. Agora, a rede social tem uma ferramenta para sugestão de criadores de conteúdo, não mais apenas quem o usuário segue. Com a capacidade da criação de extensões, o Threads deve ser potencialmente o mais forte concorrente contra o Twitter. Ainda que com novas regras, o Twitter está fora do ranking das cinco redes mais acessadas do Brasil e, por isso, mantém fiéis usuários que a consideram mais restrita.

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