TPII confirma prisão perpétua por genocídio contra ex-general Tolimir

  • Por Agencia EFE
  • 08/04/2015 13h50

Haia, 8 abr (EFE).- A câmara de Apelações do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) confirmou nesta quarta-feira a prisão perpétua por genocídio para o ex-general Zdravko Tolimir, que foi “braço direito” do chefe militar servo-bósnio Ratko Mladic durante a guerra da Bósnia.

Os juízes ratificaram por unanimidade a decisão de dezembro de 2012 do TPII, que considerou Tolimir um dos responsáveis pelo massacre de bósnios-muçulmanos efetuado nos enclaves de Srebrenica e Zepa em 1995.

“A promotoria do TPII considera evidente a responsabilidade de Zdravko Tolimir, de modo que não contempla a revisão de sua sentença de prisão perpétua”, declarou o promotor da corte.

Na decisão de hoje, os juízes do TPII confirmaram que “Tolimir participou dos dois casos alegados pela acusação”.

“Tratou-se de uma empresa criminosa com o objetivo de assassinar os homens totalmente capazes de Srebrenica, assim como a consecução de uma empresa criminosa para eliminar à força a população muçulmana” de Srebrenica e de Zepa, ratificou a câmara de Apelações.

Tolimir foi sentenciado em 2012 à prisão perpétua pelos crimes de genocídio e contra a humanidade e de guerra cometidos em 1995, após a queda dos enclaves de Srebrenica e Zepa, na Bósnia-Herzegovina.

A defesa do ex-militar servo-bósnio negou que tenha ocorrido genocídio e insistiu que houve ataques lançados pelas forças muçulmanas em diversos enclaves.

Os defensores também sustentaram que os responsáveis dos massacres não estavam subordinados a Tolimir, mas aos seus próprios comandantes.

Os juízes do TPII, no entanto, consideraram que Tolimir era “consciente e compartilhava” dos objetivos das forças de Mladic de exterminar a população muçulmana da Bósnia. O tribunal considerou que as evidências demonstram que pelo menos seis mil muçulmanos morreram somente em Srebenica.

A sentença confirmou, portanto, a prisão perpétua para o ex-militar servo-bósnio por genocídio, extermínio, assassinato, perseguição e atos desumanos como a deportação e a mudança forçada.

Após sua chegada a Haia, em maio de 2007, Tolimir se declarou inocente e seu julgamento só começou em 2010 devido ao seu estado de saúde, já que ele se negava a tomar os remédios fornecidos pelos médicos do Tribunal. EFE

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