Transmissão sexual do vírus zika preocupa a OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que está “preocupada” com o registro de uma transmissão do zika vírus por relações sexuais. Nesta terça-feira, 2, no Texas, as autoridades americanas confirmaram a descoberta que um dos pacientes em Dallas teria “provavelmente sido infectado por contato sexual”.
O paciente não teria viajado para regiões com o mosquito e, ainda assim, desenvolveu a doença. Agora, além de evitar as picadas do Aedes aegypti, as autoridades americanas alertam para que se evite contato com “sêmen de alguém que tenha sido exposto ao zika”.
“Estamos preocupados sobre o informe apontando para transmissão sexual, já que esse seria o segundo caso em que uma pessoa adquiriria o vírus por esse meio”, indicou a OMS.
Outro caso em 2014 na Polinésia Francesa também mostrou a contaminação por contato sexual.
“Precisamos de mais pesquisas para entender isso e possíveis outras formas de transmissão não relacionadas com o mosquito”, indicou a OMS. “É exatamente por esse motivo que o comitê de emergência foi convocado”, explicou a entidade.
Um grupo de cientistas vai agora apurar o caso registrado nos Estados Unidos e tentar identificar como o vírus de fato trabalha. O registro foi confirmado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), em Washington.
A Cruz Vermelha Americana ainda apelou para que pessoas retornando de áreas afetadas pelo mosquito sejam impedidas de doar sangue por 28 dias.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou em sua edição desta quarta-feira, 3, a OMS se lançou em uma corrida global contra o zika vírus e para determinar o motivo da explosão nos casos de microcefalia. Os esforços para acelerar as pesquisas e implementar uma operação global tem como meta dar respostas ao fenômeno antes que a doença atinja a África e a Ásia, com milhares de potenciais casos e nas regiões com as maiores taxas de natalidade do mundo.
Nesta terça-feira, a entidade começou a desenhar seu plano global de resposta ao problema e prevê que, em um prazo imediato, precisará de R$ 120 milhões. Mas já indicou que o custo do combate contra a microcefalia e o zika vírus vá custar “bilhões” e que o impacto econômico pode ser “profundo”.
Uma unidade especial com cerca de 50 especialistas foi criada na entidade, liderada pelo canadense Bruce Aylward. A OMS vai padronizar diagnósticos de microcefalia e abrir até 30 centros de monitoramento para tentar identificar a doença pelo mundo.
Na segunda-feira, 1º, o surto de casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos em regiões com registro de zika vírus como uma emergência internacional. Um dia depois, os especialistas da nova unidade já foram reunidos em um encontro em Genebra, na Suíça.
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