Trump pede renúncia de juíza da Suprema Corte que o chamou de ‘farsante’
O virtual candidato republicano à Casa Branca Donald Trump pediu, nesta quarta-feira (13), a renúncia da juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, Ruth Bader Ginsburg, após a magistrada tê-lo chamado de ‘farsante’.
“A juíza Ginsburg nos envergonhou a todos nós ao fazer comentários políticos muito distorcidos sobre mim. Sua cabeça não funciona bem”, afirmou o empresário, em seu perfil do Twitter, ao pedir sua renúncia.
Em geral, juízes costumam se abster de fazer comentários públicos sobre políticos em época de eleição. Ginsburg saiu do padrão, na passada terça-feira (12), em entrevista dada a um canal de televisão dos EUA, ao criticar o candidato e afirmar que ele não seria bom para o país.
O código de conduta de juízes afirma que membros do Judiciário não devem apoiar ou se opor publicamente a um candidato. O código não se aplica a juízes da Suprema Corte, mas, em geral, é seguido por seus membros.
Para especialistas, por outro lado, não é realista esperar que magistrados não tenham suas próprias opiniões. Além disso, membros da Suprema Corte consideram alinhar suas aposentadorias com a eleição de um presidente com quem se sintam alinhados e que, portanto, poderiam nomear substitutos com ideais parecidos aos seus. Ginsburg faz parte da ala liberal da corte mais alta norte-americana.
O enfrentamento entre a juíza e Trump fez surgir um debate sobre se os membros do Judiciário devem se manter neutros diante de uma candidatura pouco usual como a do bilionário, onde inclui ataques à imparcialidade de uma juíza federal baseados na etnia dela.
“Existe espaço para argumentar que esta é uma eleição única”, disse o professor de Direito da Universidade de Indiana Charles Geyh. O acadêmico acrescenta, no entanto, que os comentários de Ginsburg foram “mais visivelmente políticos do que eu acredito estar contemplado no código de conduta”.
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