Uso dos polegares nos smartphones é capaz de mudar o cérebro
Redação Central, 23 dez (EFE).- O uso das telas táteis dos smartphones muda a forma como polegares e cérebro trabalham em conjunto, produzindo uma maior atividade cerebral, segundo um estudo publicado nesta terça-feira na revista americana “Current Biology”.
A aparição das telas táteis em uma infinidade de dispositivos fizeram com que os usuários desenvolvessem novas habilidades com os dedos, especialmente os polegares, que são os mais empregados em um smartphone, por exemplo.
O professor Arko Ghosh liderou uma equipe das universidades suíças de Zurique e Freiburg ao perceber que a obsessão pelo uso desses tipos de telefones podia dar-lhes a oportunidade de analisar a plasticidade diária do cérebro e entender como a vida cotidiana o molda.
“A tecnologia digital que usamos em nossa vida diária molda o processamento sensorial de nossos cérebros em uma proporção que nos surpreendeu”, comentou o professor.
Cada região do corpo tem uma área específica no centro emocional do cérebro, onde se processa sua informação, a qual é flexível e pode mudar.
Assim, os pesquisadores estudaram a ativação do córtex sensório motor, que se ativa com o movimento dos dedos. Para isso realizaram eletroencefalogramas que mediam a atividade das regiões corticais do cérebro em 37 pessoas destras.
Graças ao eletroencefalograma registraram a resposta cerebral quando os usuários de smartphones tocavam a tela com os dedos polegar, indicador e médio, para poder depois compará-la com a de pessoas que seguem usando os velhos telefones de teclados tradicionais.
Os dados revelaram que a atividade elétrica no cérebro dos usuários de smartphones aumentava ao tocar as pontas dos três dedos citados.
Além disso, a quantidade de atividade do córtex cerebral associada ao polegar e ao indicador era diretamente proporcional à quantidade de tempo que se usava o telefone inteligente.
Por isso, os autores do estudo consideram que o processamento sensorial do córtex em nosso cérebro “é continuamente remodelado pela tecnologia digital pessoal”. EFE
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