Venezuela se prepara para marcha contra o governo de Maduro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/09/2016 10h24
EFE Venezuela - EFE

Venezuelanos contrários ao governo do presidente Nicolás Maduro prometem encher as ruas da capital, nesta quinta-feira, 2, em um importante teste de força dos oposicionistas e também da capacidade do governo de tolerar a crescente dissidência. Chamada “Tomada de Caracas”, a marcha busca pressionar autoridades eleitorais para permitir um referendo revogatório contra Maduro neste ano.

O quadro é de tensão após o governo determinar a prisão de vários importantes ativistas, enviar as forças de segurança pelo país e advertir para o risco de haver derramamento de sangue. Maduro disse, na última terça-feira, 30, que seus opositores acreditam que a violência durante a marcha abra caminho para um golpe. Segundo ele, autoridades prenderam pessoas com uniformes militares e explosivos e que tinham planos de disparar contra a multidão disfarçados de membros da guarda nacional. Maduro não disse quem acredita que estaria por trás do suposto plano de golpe.

Os organizadores da marcha desejam reunir 1 milhão de pessoas. A oposição quer pressionar pela realização do referendo revogatório ainda neste ano. Caso Maduro perca a votação, nesse caso, haveria novas eleições, mas caso o voto só ocorra depois de 10 de janeiro, o vice-presidente completaria o mandato até 2019.

Autoridades eleitorais ainda precisam estabelecer a data para o próximo estágio do processo, no qual a oposição precisa coletar 4 milhões de assinaturas ao longo de três dias. O referendo revogatório só pode ser convocado após as assinaturas serem validadas.

O governo ainda planeja realizar uma marcha dos governistas ta,bém nesta quinta. Deve haver, porém, menos pessoas nessa marcha, em um quadro de 700% de inflação no ano e crescente fome. O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusou Maduro de tentar assustar os venezuelanos e fazer com que não participem da marcha opositora.

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