Vice-presidente argentino afirma que gravará seu interrogatório

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2014 13h19

Buenos Aires, 9 jun (EFE).- O vice-prefeiro argentino, Amado Boudou, assegurou nesta segunda-feira que tem “a verdade” e advertiu ao juiz perante quem prestará depoimento sobre um caso de corrupção que falará como “um ato de defesa”.

“Isto está centrado em mim e eu tenho a verdade. É muito comovente receber o afeto e o reconhecimento do povo. É preciso passar adiante, aconteça o que acontecer”, afirmou Boudou em declarações a uma rádio local antes de comparecer aos tribunais.

Boudou, de 51 anos, será ouvido hoje pela primeira vez pelo juiz Ariel Lijo, em uma causa por supostas negociações incompatíveis com a função pública para comprar uma impressora de papel-moeda.

Segundo o auto de citação assinado por Lijo, o vice-presidente é acusado de ter comprado, junto a José María Núñez Carmona, um empresário amigo seu, a impressora de papel-moeda Ciccone Calcográfica em setembro de 2010.

Nessa data, Boudou estava à frente do Ministério da Economia argentino.

O vice-presidente assinalou hoje que “o que está em jogo nestes anos, sobretudo desde a chegada de Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, é se o poder está no povo ou em poucas mãos que tomam as decisões”.

Em um escrito apresentado na primeira hora de hoje, o advogado Diego Pirota ratificou que Boudou se apresentará ao tribunal no marco da conhecida causa “Ciccone”.

Além disso, Pirota pediu ao magistrado Lijo que autorize a presença de um taquígrafo do Senado na audiência.

Na semana passada, o vice-presidente já pediu que sua declaração fosse televisionada pelo canal “TN”, opositor ao governo, solicitação que foi negada pelo juiz.

Piroto disse que Boudou pretende gravar o interrogatório em áudio e vídeo.

Trata-se da primeira vez que um vice-presidente do governo em exercício é chamado a presta depoimento como acusado perante os tribunais na Argentina desde o retorno da democracia, em 1983. EFE

ajs/ff

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