Vítima de abuso sexual tira licença de comissão contra pedofilia do Vaticano

  • Por Agência Estado
  • 06/02/2016 14h04
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Tiberio Barchielli / Palazzo Chigi Papa Francisco

Os esforços do Papa Francisco para mostrar que é rigoroso quando o assunto é abuso sexual clerical sofreram um golpe neste sábado (06/02), depois que um sobrevivente de alto perfil tirou uma licença da comissão consultiva do pontífice.

Peter Saunders, um advogado britânico que foi vítima de abuso, tem criticado duramente o ritmo lento do progresso do Vaticano em tomar medidas para proteger as crianças e punir bispos que encobriram padres pedófilos.

Durante reunião da comissão deste sábado, o Vaticano disse que “foi decidido que Peter Saunders tiraria uma licença de sua função como membro para avaliar como ele poderia melhor apoiar o trabalho da comissão”.

Com sua saída, resta na comissão apenas uma sobrevivente dos abusos, Marie Collins. O grupo foi formado em 2013 para aconselhar o Vaticano sobre proteção de crianças e educação do pessoal da igreja e dos paroquianos a respeito de abusos. A comissão demorou para decolar, mas deu um grande passo ano passado, quando propôs com sucesso que o Vaticano criasse um tribunal interno para ouvir casos de bispos acusados de falhar em “proteger seus rebanhos”.

A falta de prestação de contas dos bispos provocou anos de críticas por parte de vítimas de abusos e grupos de defesa, que consideravam que o Vaticano falhou em punir ou forçar a remoção de bispos que mudavam os padres predadores de paróquia em paróquia em vez de denunciá-los à polícia ou removê-los do ministério.

O Vaticano não divulgou informações sobre o progresso do tribunal desde que anunciou que o papa havia concordado com a sua criação.

A comissão em geral, e Saunders em particular, criticaram duramente a decisão de Francisco de nomear um bispo chileno apesar das acusações por parte de sobreviventes de abuso de que ele teria acobertado o mais famoso pedófilo do país. O bispo negou a acusação e Francisco manteve a nomeação.

A comissão insistiu que a missão do grupo não é intervir em casos individuais, mas elaborar orientações políticas para a igreja.

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