Yahoo! denuncia ter sido ameaçado pelos EUA para cooperar com NSA

  • Por Agencia EFE
  • 12/09/2014 00h26
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San Francisco, 11 set (EFE).- O gigante de internet Yahoo! denunciou nesta quinta-feira ter recebido “ameaças” do governo americano para força-lo a cooperar com a Administração e entregar dados dos usuários para o programa de vigilância PRISM da Agência de Segurança Nacional (NSA).

“Tivemos que lutar a cada passo para evitar as tentativas de vigilância do governo dos EUA. Em um dado momento o governo nos ameaçou com uma multa diária de US$ 50 mil se continuássemos a nos recusar a obedecer”, afirmou o Chefe de Assuntos Jurídicos do Yahoo!, Ron Bell em uma entrada no blog da companhia.

A acusação remonta a 2007, quando o governo americano fez uma emenda em uma lei para poder solicitar informação sobre os usuários de serviços online, um pedido que o Yahoo! considerou “inconstitucional”, e se negou a entregar os dados pedidos e recorreu ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira dos EUA (FISC).

O Yahoo!, que durante esse tempo recebeu “ameaças” da Administração, perdeu o caso e finalmente foi forçado a compartilhar os dados que o governo pedia, mas, revelou Bell, centrou então seus esforços em conseguir desclassificar o arquivo do caso, para que se tornasse público e pudesse provar as pressões do governo, o que conseguiu.

“Lutamos para desclassificar o caso e para tornar pública a investigação”, indicou Bell, que garantiu que agora que o FISC desclassificou as 1.500 páginas sobre o caso, o Yahoo! está trabalhando para que elas estejam disponíveis para consulta pública.

O programa PRISM da Agência de Segurança Nacional (NSA), cuja existência foi revelada a partir dos vazamentos do ex-analista da NSA Edward Snowden em 2013, obriga as empresas tecnológicas a compartilharem informações sobre seus usuários com o governo.

Além do Yahoo!, outras grandes empresas americanas entregaram informação à NSA, entre elas Google, Facebook, Apple, AOL e Microsoft.

“Tratamos a segurança pública como um assunto muito sério, mas também estamos comprometidos com a proteção dos dados de nossos usuários. Continuaremos enfrentando pedidos e leis que consideramos ilegais, pouco claros ou exagerados”, concluiu Bell. EFE

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