Marta Suplicy quer a vacina de Cuba; a companheira não dorme em serviço

Atual secretária de São Paulo se empenha para que os imunizantes cubanos sejam adquiridos rapidamente e garante que tem carta branca de Bruno Covas

  • Por Álvaro Alves de Faria
  • 30/04/2021 14h15
Marcos Oliveira/Agência Senado Marta Suplicy discursando em comissão quando ainda era senadora Marta Suplicy, que é secretária de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, está à frente das negociações com Cuba

Companheira Marta Suplicy não dorme em serviço. Anda meio sumida, mas está firme. Agora, a companheira está jogando alto num lance que está na ordem do dia. Ela tem conversado muito com o prefeito Bruno Covas. A companheira conseguiu o que desejava. Tanto que a Prefeitura de São Paulo negocia para comprar a vacina cubana contra a Covid-19. À frente nas negociações está a companheira Marta, que é Secretária de Relações Internacionais do município. Agora a companheira é filiada ao PSDB. A vacina que Marta quer chama-se Soberana II e está na terceira fase de testes em Cuba. Marta Suplicy se empenha para que as vacinas de Cuba sejam adquiridas rapidamente para não repetir o governo federal, que se negou a comprar as vacinas da Pfizer e quando decidiu comprar não tinha mais. Então a ordem é comprar a vacina cubana agora, sem titubear. A companheira Marta garante que a vacina de Cuba sempre foi de excelência. Basta dizer que os cubanos foram os primeiros que fizeram a vacina contra a hepatite, aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por esse motivo, Marta Suplicy já colocou a cidade de São Paulo na fila da vacina cubana, informando que já existe um projeto de instalar uma fábrica do imunizante na capital paulista. O assunto já foi discutido entre o prefeito Bruno Covas e representantes do governo cubano. A companheira garante que tem carta branca do prefeito, por isso está insistindo na vacina e na instalação da fábrica em São Paulo, que é uma maneira de se garantir para o futuro. A vacina cubana ainda não está nas manchetes dos jornais, a exemplo de várias outras. Mas o melhor é apostar no imunizante agora, porque a medicina cubana é conhecida internacionalmente e é até um exemplo para o mundo. De acordo com a companheira, Cuba aceitou a ideia de construir um laboratório na cidade. E a ordem é fabricar o insumo aqui mesmo, sem ficar na dependência de ninguém, como vem ocorrendo na esfera federal, cercada de compromissos não cumpridos, adiamentos de entregas de vacina e coisas afins, criando um clima de insegurança na população. A companheira tem razão. Cansou essa história de vacina para hoje, que fica para amanhã, depois para a semana que vem, depois para fim de maio, em setembro. E as vacinas vão chegando a conta gotas. Cansou. Por isso a companheira quer logo a vacina cubana, dizendo que ninguém deve ter a ilusão de que a história do vírus vai acabar tão cedo.

Marta Suplicy adianta que a prefeitura paulistana já tinha fechado um acordo com a Rússia, para uma remessa da Sputnik V, mas como a Anvisa não aprovou a vacina, ficou tudo incerto. Ela acha que o governo federal deveria tomar o mesmo caminho da Prefeitura de São Paulo para não viver nessa incerteza de sempre. A vacina de Cuba tem merecido críticas de cientistas de vários países, especialmente porque os equipamentos do Instituto Finlay de Vacinas, em Havana, são considerados completamente desatualizados de outras partes do mundo. Mas há os que dizem que o instituto cubano representa ciência de ponta. A vacina já foi testada em dezenas de milhares de voluntários e os resultados dos primeiros testes clínicos foram encorajadores e muito importantes, como afirma o diretor do laboratório de Havana, Vicente Vérez Bencomo. O governo cubano espera vacinar toda a população de Cuba até o final do ano. Marta Suplicy corre atrás. Mas Vérez Bencomo já avisou que a prioridade é imunizar todos os cubanos e depois negociar a vacina com outros países. A companheira já entrou na fila. As autoridades sanitárias de Cuba asseguram que neste ano serão produzidas 100 milhões de doses da vacina Soberana II. Vérez Bencomo observa que Cuba tem mais de 30 anos de experiência em biotecnologia e imunologia. Os fabricantes cubanos já foram procurados pelo Canadá, Itália e França e no futuro esperam contar com a cooperação dos Estados Unidos. Será que o companheiro Jair Bolsonaro comprará a vacina cubana?

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