Jovem Pan
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Quando mais é mais: a casa é um ser vivo e precisa de cantos novos, porque nós precisamos de experiências novas

Jovem lê livro recostada no sofá

Sempre que me mudo, tenho a oportunidade de pôr em prática meu gosto por decoração e jurar que, dessa vez, serei minimalista. Mas tenho tantas peças herdadas e garimpadas que conquistei o apelido de “caminhão de lixo”. Por exemplo, a cadeira dourada da minha bisavó, que, de tão velhinha, teve que ser pendurada na parede, pois já não aguenta mais ninguém sentado nela. Amo as cores. Não consigo simplesmente pintar a casa de offwhite “para aumentar o espaço”. E diminuir a alegria, pode? Os instrumentos têm destaque na sala de estar: piano, flauta, bateria e violão. Esbarrar em um instrumento dá vontade de tocá-lo, e uma casa com música tem muito mais vida.

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Aqui em casa tem espaço para escrever, porque a vista para mata traz inspiração; tem espaço para mexer com fotos, porque a luz é boa; um cantinho para pintar, para brincar, para fazer sujeira e por aí vai. Tem um sofá na cozinha e mesa com cadeiras no quarto. Subverter a lógica móvel e ambiente gera usos criativos e momentos incríveis. Como jantar no quarto, como em um hotel. Ou deitar no sofá e assistir alguém cozinhar, como se fosse um programa da GNT.

Um lar, para mim, precisa ter calor, aconchego, alma e história, tanto quanto estética, luz e ventilação. Minha casa tem um passa-pratos redondo, um paredão roxo, um muro amarelo gema, uma vassoura de bruxa atrás da porta (para os dias de rodízio), altares que misturam santos, Budas e Beatles. E, claro, estou sempre querendo reformar. A casa é um ser vivo e precisa de cantos novos, porque nós precisamos de experiências novas. Meu marido fala que minha atividade favorita é arrastar móveis no domingo de manhã. Infelizmente não compartilhamos do mesmo gosto. Fazer o quê? Amo tanto minha casa que confesso que é difícil sair dela. E minimalismo, definitivamente, não é o meu estilo.

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