Ânfora encontrada em sepultura indica que Borgonha já produzia vinho há 25 séculos
Pela dimensão e capacidade de armazenar 100 litros de líquido, fica claro que vaso não era destinado a consumo diário, mas a armazenamento
Confesso que, quando comecei a gostar de vinhos, me apaixonei pelos de Bordeaux e seu famoso corte (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, preponderantemente) e não dei o devido valor aos vinhos da Borgonha. Talvez, por serem ‘monocásticos’ — com a licença do neologismo –, tanto os tintos quanto os brancos. Mas a verdade é que a história do vinho francês está enraizada na Borgonha. Só para se ter uma ideia, em 1952, numa pequena aldeia da Côte D’Or, de nome Vix, foi encontrada uma sepultura de uma antiga princesa celta absolutamente intacta. Dentro do túmulo havia um vaso de cobre, de aproximadamente 1,65 metros de altura com um diâmetro de 1,30 metros. Este vaso tem a forma de ânfora, e supõe-se que foi confeccionado por artesãos gregos que habitavam o Sul da Itália, na Sicília. Junto deste objeto, foram encontrados vários utensílios utilizados na vinicultura. Além disso, no vaso comprovou-se que havia vinho. Pela dimensão e capacidade de armazenar 100 litros de líquido, fica claro que não era destinado a consumo diário, mas a armazenamento. Ou seja, há 25 séculos, antes mesmo da era de dominação romana, a Borgonha já produzia vinho. E mais, vinho de guarda. É inegável que esta herança histórica está impressa no “DNA” dos vinhateiros da Borgonha e, de um modo poético, pode-se perceber isso em cada aroma, em cada gole do vinho produzido no local. As uvas tinta e branca da região, Pinot Noir e Chardonnay, têm até outro sabor, outro terroir, quando se tem em mente a cultura e herança histórica desta região tão maravilhosa da França.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.