Como unir Halloween, vinhos e culinária mexicana

A gastronomia do país valoriza os temperos, com pratos bem condimentados, o que torna importante considerar esse fator na hora de escolher a bebida e encontrar o equilíbrio de sabores, texturas e aromas

  • Por Esper Chacur Filho
  • 30/10/2020 15h20
Pixabay A culinária mexicana valoriza muito os temperos, assim seus pratos são, quase sempre, bem condimentados

O Halloween, que no México é chamado de “El dia de los Muertos”, onde as pessoas festejam levando aos túmulos tudo que o falecido mais gostava, reunindo amigos para comer e beber, me fez pensar o quão difícil pode ser harmonizar a culinária mexicana com vinhos. Mas, sim, é possível. A culinária mexicana é muito rica, vai muito além dos “chilis” e da “guacamole”. Hoje ela é bem popular no Brasil em seus clássicos que encontramos nos restaurantes especializados. Agora, indiscutivelmente, é uma culinária que valoriza muito os temperos, assim seus pratos são, quase sempre, bem condimentados. É importante considerar este fator no momento de escolher o vinho ideal para acompanhar estes pratos e achar o maior equilíbrio de sabores, texturas e aromas possível.

O desafio é eleger um vinho que consiga contrastar com esse sabor, sem deixar o paladar desagradável. Uma boa opção é harmonizar os pratos com vinhos brancos leves e frutados, como um Riesling, ou até com vinhos tintos encorpados, como o Malbec vinificado na Argentina. Outra sugestão é passar longe dos vinhos tânicos, já que eles tendem a acentuar ainda mais o sabor dos alimentos. Confira abaixo alguns exemplos de harmonizações possíveis, sempre com caráter sugestivo, já que o melhor vinho é aquele que você gosta e bebe do jeito que quer. Com guacamole, eu beberia um Chardonnay sem madeira, um Petit Chablis, por exemplo, o Domaine du Chardonnay-Petit Chablis é uma boa indicação. Para tacos com carne, eu escolheria um Malbec novo e simples. Estiba 1, argentino, é uma opção. Com uma sopa de feijão, eu elegeria um tinto com boa acidez, como um Barbera, lá do Piemonte. Sugiro o Barbera D’Alba Domina, a bom custo. Agora para o risoto de huitlacoche (aquele cogumelo que cresce no milharal), um bom Syrah do novo mundo iria bem. Por exemplo, o Montgras Antu Syrah, do Chile.

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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