Maha Mamo viveu 30 anos sem pátria e hoje conta sua história para empresas como Facebook e Google
Junto com a irmã, palestrante global foi a primeira pessoa reconhecida como apátrida na história do Brasil; hoje ela tem nacionalidade brasileira
Maha Mamo é brasileira desde 2018. Antes disso, não tinha nenhuma pátria. Nascida em Beirute, no Líbano, em 1988, mas filha de sírios, ela não teve a nacionalidade reconhecida por nenhum dos dois países. A Síria não reconhece o casamento inter-religioso — o pai dela é cristão, e a mãe, muçulmana. Já o governo libanês só dá a nacionalidade a quem tem o pai nascido no país. A história é contada no livro “Maha Mamo – A Luta de uma Apátrida pelo Direto de Existir”, escrita pela ativista em parceria com o jornalista Darcio Oliveira. “Hoje eu trabalho como palestrante global, compartilho a minha história por cerca de uma hora, transformando mentalidades com discursos comoventes”, contou a mulher positiva desta semana. “Viajei por mais de 20 países compartilhando minha história, não só a convite de governos, mas também do setor privado, empresas como Facebook, Google, Unilever etc.” O maior sonho de Maha é “viver em um mundo mais justo e melhor, onde não exista apatridia”.
1. Como começou a sua carreira? A minha carreira como palestrante global começou em 2015, quando fui convidada a compartilhar a minha história em Curaçao com autoridades de diversos países das Américas. A cada oportunidade se abria um novo caminho e uma nova experiência. Viajei por mais de 20 países compartilhando minha história, não só a convite de governos, mas também do setor privado, empresas como Facebook, Google, Unilever, Dow etc. Fiz muitas entrevistas locais e internacionais como para o programa “Pânico”. Também fui convidada para o “Conversa com Bial”, “Fantástico”, “Encontro com Fátima”, a BBC, o jornal “The New York Times”… Lancei meu livro “Maha Mamo – A Luta de uma Apátrida pelo Direto de Existir” com o jornalista Darcio Oliveira. Hoje tenho duas agências que me representam, a Casé Fala, no Brasil, e a Big Speak, nos Estados Unidos.
2. Como é formatado o modelo de negócios do Maha Mamo? Hoje eu trabalho como palestrante global, compartilho a minha história por cerca de uma hora, transformando mentalidades com discursos comoventes. Dependendo da necessidade de cada empresa, a minha palestra será alinhada aos objetivos. O objetivo pode ser a conscientização sobre apatridia ou motivar o público em torno de temas como resiliência ou determinação.
3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O momento mais difícil da minha carreira foi entender o mercado de palestras e como conseguir passar a mensagem da importância da história da minha vida como apátrida para a maioria das pessoas que nunca ouviram falar da palavra “apátrida”.
4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? A minha vida corporativa, respondendo e-mails, preparando as palestras, ajudando os outros, fazendo entrevistas, etc, vai de segunda-feira a sexta-feira. Meus finais de semanas são voltados para minha vida pessoal, minha família e meu foco em crescimento pessoal.
5. Qual seu maior sonho? É viver em um mundo mais justo e melhor, onde não exista apatridia. No nível pessoal e profissional, quero me tornar mais conhecida no mercado de palestras e fazer um filme da minha história.
6. Qual sua maior conquista? A minha maior conquista foi ter a minha existência como ser humano. Conseguir minha nacionalidade! Além disso, contribuir nas mudanças das leis brasileiras e me tornar a primeira pessoa, junto com minha irmã, a ser reconhecida como apátrida na história do Brasil. E conseguir a nacionalidade brasileira baseada nisso.
7. Livro, filmes preferidos. Eu adoro “O Pequeno Príncipe”. Este livro me ensinou muitas coisas nessa vida, a mudar meu olhar e entender o verdadeiro sentido da vida na simplicidade das pequenas coisas. Hoje em dia estou lendo “Untamed”, de Glennon Doyle. Estou adorando. O primeiro filme que me veio à mente com essa pergunta foi “Cafarnaum”. Me marcou muito e me lembrou da minha infância.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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