La Niña ameaça safra do Centro-Sul nos próximos meses

Zeus Agrotech diz que áreas do Sul podem ter até 150 mm de chuva abaixo da média

  • Por Kellen Severo
  • 19/10/2022 11h00
Reprodução/WeatherBell Analytics Mapa com chuva no país Previsão de anomalia de chuvas de novembro a janeiro; áreas em marrom indicam onde as chuvas devem ficar abaixo da média e em verde, acima

Apesar de o plantio da temporada 22/23 de grãos no Centro-Sul do país ter começado sem grandes problemas por conta da seca, a plataforma agroclimática Zeus Agrotech faz um alerta aos agricultores da região: há perspectiva de que as chuvas em Estados do Sul, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, registrem volume abaixo do normal nos próximos meses. A empresa revela que o cenário tem como gatilho a continuidade do fenômeno La Niña, que apesar de ser de fraca a moderada intensidade, deve trazer efeitos clássicos ao Brasil. Ou seja, uma redução das chuvas no Sul do país e mais precipitações no Norte.

Vale lembrar que na última semana, a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) elevou a probabilidade de ocorrência do La Niña entre outubro e dezembro de cerca de 90% para 95%, confirmando um terceiro ano seguido do fenômeno. A Zeus Agrotech indica que grande parte do Rio Grande do Sul, assim como o oeste de Santa Catarina e do Paraná, apresentam previsão de precipitações de 120 a 150 milímetros abaixo da média entre novembro e janeiro. Isso não significa que haverá uma ausência total de chuvas, mas as precipitações poderão ter episódios mais espaçados, com riscos de veranico. Já para a metade norte, áreas de Mato Grosso, Goiás e do Matopiba, região que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, devem ter precipitações acima do normal.

Mapa com previsão de chuvas

Previsão de anomalia de chuvas de novembro a janeiro segundo a Zeus Agrotech; áreas em marrom indicam onde as chuvas devem ficar abaixo da média e em verde, acima | WeatherBell Analytics

Mapa com previsão de chuva

Previsão de anomalia de chuvas de fevereiro a abril segundo a Zeus Agrotech; áreas em marrom indicam onde as chuvas devem ficar abaixo da média e em verde, acima | WeatherBell Analytics

Na última safra, o fenômeno La Niña foi responsável por uma quebra na safra de soja do Brasil de mais de 10 milhões de toneladas em comparação com o ciclo 20/21 devido à falta de chuvas em algumas áreas do país. Neste ano, já podemos ver que algumas regiões da América do Sul, como a Argentina, começam a sofrer com o tempo seco e consequente atraso no plantio. Continuar atento às atualizações sobre o clima e previsão de chuvas será essencial para o agricultor brasileiro, vamos seguir monitorando e torcendo por uma safra cheia no Brasil.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.