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Política de três filhos na China não aumentará demanda do agronegócio brasileiro de imediato

La gente visita el Parque Forestal Olímpico durante las vacaciones del Festival Qingming en Pekín, China. EFE/EPA/WU HONG/Archivo 13/04/2021

A China, país mais populoso do mundo e principal parceiro comercial do Brasil, está preocupada com o envelhecimento da população e decidiu estimular as famílias a terem mais filhos. A nova regra, anunciada nas últimas semanas, permite até 3 crianças por casal. Vale lembrar que até 2016 vigorou a política do filho único, depois os casais receberam autorização para ter dois filhos. E agora, com a queda da natalidade, o presidente chinês Xi Jinping autorizou uma terceira criança por família. Mesmo com a mudança na política demográfica, aumentar o número de chineses no mundo não será tão simples assim. Alto custo de vida, aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e a elevada carga horária nas empresas são alguns dos fatores que limitam o desejo de ter filhos. O incremento populacional dependerá da adesão à nova política. De acordo com informações da Agência Brasil, a população chinesa pode começar a cair já a partir do próximo ano. A projeção leva em conta informações dos últimos censos, que apontaram o crescimento populacional chinês mais lento dos últimos anos. Na década de 60, o número médio de filhos era superior a 6 por casal, nos anos 80 caiu para 3 e em 2020 o número médio de filhos por cada chinesa foi de 1,3.

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De imediato, a nova política demográfica da China não vai gerar aumento na demanda por alimentos para o agro brasileiro porque ainda é incerto o sucesso da medida. Segundo, mesmo que haja ampla adesão à ideia de 3 filhos por casal, o que acho difícil acontecer, ainda assim levaria tempo para sentirmos os impactos no mercado consumidor de alimentos. Agora, atenção, para o setor agro, tão importante quanto o aumento da população consumidora chinesa é o desenvolvimento econômico do país e o incremento de renda dessa população. É o que me disse a Chefe do Núcleo China do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aqui no Brasil, Larissa Wachholz.

“A partir do momento que tem um desenvolvimento econômico saudável e esse incremento da renda continua, as famílias vão continuar consumindo. Alguns alimentos o consumo vai ficar mais ou menos o mesmo, que são as bases, nos alimentos de maior valor agregado, é onde está a diferença. Para um país como o Brasil, que é exportador de alimentos, o incremento de renda da população é o grande salto de agregação de valor.” Mesmo que a política de natalidade de Xi Jinping falhe, o agronegócio tem oportunidades no mercado chinês por causa da urbanização. Cerca de 64% das famílias vivem em cidades, o que, de acordo com conclusões do Núcleo China no MAPA, é relevante, pois essa população urbana tende a ter incremento de renda, e esse aumento de renda leva a uma mudança da dieta, com entrada de mais proteínas animal, frutas, leites. O Brasil tem fatias importantes desse mercado para ocupar.

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