O poder das árvores para combater a seca e as altas temperaturas

A vegetação urbana pode melhorar a qualidade do ar, reduzir o aquecimento e impedir os efeitos das ilhas de calor nas grandes cidades

  • Por Patrícia Costa
  • 16/09/2024 12h25 - Atualizado em 16/09/2024 12h26
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GABRIEL SILVA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas reunidas no Parque do Ibirapuera Um estudo da NASA mostrou que áreas com vegetação são até 12°C mais frias do que regiões sem árvores

As árvores, muitas vezes vistas apenas como parte da paisagem, são verdadeiras aliadas na luta contra a crise climática. Elas desempenham um importante papel na melhoria da qualidade do ar, na regulação da temperatura e na prevenção de desastres ambientais como as ilhas de calor e secas prolongadas. Em cidades como São Paulo, onde a urbanização desenfreada resulta em um clima cada vez mais sufocante, a vegetação urbana se tornou uma solução emergencial. De acordo com um estudo da American Lung Association, áreas com cobertura arbórea têm níveis de poluentes até 25% mais baixos em comparação a regiões desprovidas de vegetação. Isso porque as árvores atuam como filtros naturais, absorvendo dióxido de carbono e outros poluentes atmosféricos, como o ozônio e material particulado. Segundo a ONU, cerca de 7 milhões de pessoas morrem prematuramente todos os anos por complicações decorrentes da poluição do ar, o que reforça a importância de aumentar as áreas verdes nos centros urbanos.

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Além da purificação do ar, as árvores são essenciais para a regulação térmica. Nas grandes cidades, as superfícies impermeáveis como asfalto e concreto absorvem calor durante o dia e o liberam à noite, criando as chamadas ilhas de calor. Um estudo da NASA mostrou que áreas com vegetação são até 12°C mais frias do que regiões sem árvores, o que ajuda a aliviar a sensação de calor extremo e reduzir o uso de energia para resfriamento de ambientes, como ar-condicionado. Outro benefício significativo é a capacidade das árvores de influenciar o ciclo hidrológico. Suas raízes ajudam a infiltrar água no solo, reabastecendo os lençóis freáticos e prevenindo enchentes. Segundo um relatório do World Resources Institute (WRI), a perda de cobertura vegetal está diretamente ligada ao aumento de secas prolongadas e à redução da umidade no ar, afetando, por exemplo, regiões como o Nordeste brasileiro.

Ainda há outos impactos positivos de se investir em árvores urbanas. Estudos da Food and Agriculture Organization (FAO) indicam que cada dólar investido em arborização gera um retorno de 2,7 dólares em benefícios relacionados à saúde pública, economia de energia e prevenção de desastres climáticos. Plantar árvores não é apenas uma ação simbólica, mas uma estratégia eficaz e comprovada para combater os efeitos do aquecimento global. Aumentar a cobertura verde, tanto em áreas urbanas quanto rurais, é uma necessidade urgente para evitar que as crises climáticas, como as que vimos recentemente no Pantanal e na Amazônia, se agravem ainda mais.

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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