Constantino: Bolsonaro tem motivo para desconfiar de sistema de votação ultrapassado do Brasil

Comentarista do programa ‘3 em 1’ acredita que falas do presidente sobre voto auditável são alertas encarados como ameaças por alguns

  • Por Jovem Pan
  • 28/07/2021 17h57 - Atualizado em 28/07/2021 18h41
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Jair Bolsonaro ajeita máscara de proteção branca Presidente voltou a questionar eleições em conversa com apoiadores

Durante entrevista na manhã desta quarta-feira, 28, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve disputar as eleições de 2022, mas que ainda não pode confirmar a candidatura à reeleição. Ele falou sobre filiações partidárias e disse que o Progressistas, legenda do futuro ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, pode ser uma possibilidade para o ano que vem. Em conversa com apoiadores, o presidente foi enfático ao comentar sobre a importância do voto auditável nas eleições. “Temos que ter o voto democrático auditável, se não, o que acontece? Tiraram o bandido da cadeia, tornaram ele elegível para ser presidente. Quem vai contar os votos? Escondidinho? Quem tirou o Lula da cadeia e tornou ele elegível”, afirmou, apontando desconfiança em dados de pesquisas de institutos como o Datafolha. Ele disse que “o povo vai reagir em 2022 se não tivermos eleições democráticas. Todos nós queremos eleições”, completou. O presidente pediu que as pessoas assistam à transmissão dele nesta quinta-feira, 29, e repetiu que mostraria inconsistências na urna em anos anteriores.

O comentarista do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, Rodrigo Constantino, afirmou que o voto impresso tem sido uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro e disse que isso tem uma razão. “Não é à toa. Temos motivos para desconfiar do sistema atual. Ele é ultrapassado, pouquíssimos países adotam dessa forma, tem 30 anos a tecnologia e não é por falta de tecnologia que outros países muito mais avançados tecnologicamente rejeitam este caminho”, opinou. Para ele, as margens estreitas e “um momento de apagão” nas eleições de 2014 mostram que algo pode não estar certo na votação. “Essa postura do próprio TSE na figura do Barroso e de outros joga mais lenha na fogueira, chama mais atenção e gera mais desconfiança. O presidente tocou nesse ponto: aqueles que soltaram Lula, o tornaram elegível e estão rechaçando qualquer mudança e articulando para inviabilizar essa mudança mesmo quando ela vem do legislativo”, disse. Para ele, as falas de Bolsonaro são um alerta que muitos veem como ameaça, mas “outros enxergam ameaça na postura de um sistema que impede mudanças que têm amplo apoio popular”.

Confira o programa “3 em 1” desta quarta-feira, 28, na íntegra:

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