Constantino: briga entre Salles e Ramos mostra que governo Bolsonaro é ‘transparente até demais’

Ministro do Meio Ambiente pediu desculpas após chamar Luiz Ramos de ‘maria fofoca’ e general da Secretaria de Governo afirmou que ‘assunto está encerrado’

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2020 18h24
Roque de Sá/Agência Senado Ricardo Salles Ricardo Salles voltou atrás após criticar general Ramos

As críticas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, causaram tensão dentro da presidência e geraram declarações públicas de que tudo tinha sido resolvido ao longo do fim de semana. Após Salles chamar Ramos de “maria fofoca” e receber críticas até mesmo de Rodrigo Maia, o ministro pediu desculpas e o general afirmou que o assunto estava “encerrado”. As rusgas dentro das duas alas do governo foram tema de debate do programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 26.

Mesmo concordando com a opinião de Salles, Rodrigo Constantino afirmou que ele tomou uma atitude pouco adequada ao desabafar com os termos que usou na rede social. “Concordo com o vice Mourão que certas coisas, roupa suja, se lava em casa, mas essa é uma característica desse governo. É um governo transparente, até demais. Briga em praça pública e de fato tem intriga, tem fofocas que alguns levam para certos jornalistas e colunistas sociais no afã de enfraquecer, fritar e até mesmo derrubar colegas do governo”, criticou. Ele disse, ainda, que Salles tem incomodado muitas pessoas que não aceitam a ideia de que “Marina Silva não é ministra do Bolsonaro”.

Thaís Oyama chamou atenção para o fato de que essa é a segunda indisposição da presidência com um ministro militar em menos de uma semana. Na anterior, Bolsonaro desautorizou o representante da Saúde, Eduardo Pazuello, no caso da sinalização de compra de 46 milhões de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan com tecnologia chinesa. “Os generais do palácio que já achavam desastrosa a gestão do Ricardo Salles no meio ambiente agora botaram ele no campo de tiro. Ele pode arder nas queimadas do Pantanal, que os militares do Planalto não vão fazer nada para salvar o seu pescoço. Aliás, no que depender da vontade deles eles até dão um empurrãozinho”, analisou. Josias de Souza também chamou atenção às tentativas de se consertar a indisposição entre as duas alas.

Para ele, uma “coreografia” foi armada após o post polêmico a fim de preservar as aparências, contando com uma nota do ministro Salles e até mesmo com um passeio de moto de Bolsonaro com Ramos. “Nada disso resolveu a questão de fundo: continuam coabitando no governo dois grupos que não se suportam um ao outro, essa ala ideológica ou apocalíptica aí que é adorada pelo presidente Bolsonaro e é apoiada pelos filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro – o ministro Salles se integra essa ala – e a banda militar, que não sabe onde se apoiar e que se contrapõe a essa área dita ideológica”, pontuou.

Confira o programa 3 em 1 desta segunda-feira, 26, na íntegra:

 

 

 

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