Constantino: ‘Ficamos com a sensação de que a lei só serve para gente de direita’
Declaração foi dada pelo comentarista durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, que debateu as denúncias da PGR contra Roberto Jefferson
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, por incitação ao crime, homofobia e calúnia contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A denúncia foi apresentada pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, no dia 25 de agosto. A PGR também pede que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avalie a possibilidade de prisão domiciliar – a defesa apresentou pedido de habeas corpus à Corte e aguarda uma decisão do magistrado. Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Jefferson foi preso preventivamente no último dia 13, no âmbito do inquérito que investiga a atuação de “milícias digitais” – na decisão, Moraes escreveu que o ex-parlamentar “faz parte do núcleo político” de uma organização criminosa “que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas”.
Durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, o comentarista Rodrigo Constantino falou sobre a decisão, voltando a afirmar que o caso é de ‘crime de opinião’ e que existe um ‘duplo padrão’ para a aplicação da lei no Brasil. “Mesmo reconhecendo que ele extrapola, eu acho que nós estamos, como eu já disse antes, diante de um crime de opinião. Ele pega pesado, ele dá as opiniões dele de forma muito veemente, muito fortes. Se ele colocasse em prática aquilo que ele está colocando como ideia ele estaria cometendo um crime, mas está levantando como ideia. […] A gente fica com a sensação de que existe um duplo padrão no Brasil, que a lei, que é mal interpretada ainda por cima, só serve para gente que se diz de direita, ou que ataca o estamento burocrático e a esquerda. Existe seletividade escancarada”, disse Constantino, que mencionou os protestos dos “fake índios” em Brasília, afirmando que eles não seriam enquadrados pela Lei de Segurança Nacional.
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