Eduardo Bolsonaro afirma que PF já teria feito operação se Janones fizesse parte da campanha de seu pai
Em entrevista ao 3 em 1, deputado federal afirma que peso do STF é maior contra Jair Bolsonaro e critica Moraes por operação contra empresários
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse que a Polícia Federal (PF) faria uma operação caso o deputado federal André Janones (Avante), acusado nesta semana de praticar rachadinha, fizesse parte da campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A afirmação foi feita durante entrevista ao programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 25. “Se alguma coisa dessa estivesse no coração da campanha eleitoral do presidente Bolsonaro já estava a Polícia Federal apreendendo celulares, sigilos sendo quebrados, contas bloqueadas. Então realmente você consegue verificar hoje em dia que existem dois pesos e duas medidas”, comentou. Ele ainda criticou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no caso. “É muito complicado você fazer uma campanha eleitoral onde infelizmente o ministro Alexandre de Moraes disse, em um julgamento, que ‘todo mundo sabe que teve fake news e apenas não conseguiram comprovar naquele processo’. E que se houver fake news nesta eleição de 2022 as candidaturas serão impugnadas. E você cai naquela confusão jurídica. O que é fake news? Porque se for sinônimo de mentira pode cassar um candidato, que é o André Janones”, ressaltou.
Na terça-feira, 23, um ex-assessor de Janones acusou o parlamentar de praticar rachadinha. Na oportunidade, Janones trocou acusações com o jornalista Rica Perrone por meio de mensagens no Twitter sobre as denúncias. O assessor foi exonerado e não trabalha mais com o deputado. A Jovem Pan teve acesso a diversas conversas no WhatsApp entre os assessores e o deputado. Nas imagens, é possível ver a forma como Janones chega a chamar seus assessores, dizendo que são “analfabetos funcionais”. Em outra conversa, Janones chama os assessores de “incompetentes”, de “ruins” e fala que são “burros”. São históricos longos de conversas entre Janones e seus assessores e, segundo o que diz esse ex-assessor, existia uma espécie de rachadinha, além de todo o assédio que girava em torno dos grupos de WhatsApp. “Mas falando dele [Janones] eu até evito de repostar ou falar muito. Fiz alguns posts apenas pontuando e mostrando a maneira que ele trata os funcionários dele. Até mostrei para os meus funcionários. Porque esse tipo de conduta mostra muito o caráter da pessoa. Quando não tem bom caráter, não tem educação, quando é covarde ou impugnante, ela aproveita dos seus subordinados, que não podem reagir porque dependem do salário pago pelo patrão para sobreviver. Esse artifício já é conhecido. O melhor remédio para o deputado Janones é não chamar a atenção dele”, acrescentou Eduardo Bolsonaro.
O deputado federal também comentou sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que a Polícia Federal cumprisse oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários acusados de defender, em mensagens encaminhadas em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022. Para Eduardo Bolsonaro, tanto Moraes quanto outros ministros têm jogado fora das quatro linhas da Constituição. “A gente sabe que não se dorme na democracia e acorda em uma ditadura. E há muito tempo já é notório que o ministro Alexandre de Moraes e um ou outro têm jogado fora das quatro linhas da Constituição. O que seria isso?. É impedir, por exemplo, a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para ser diretor geral da Polícia Federal. Enquanto todos os outros ex-presidentes, na história recente, tiveram oportunidade de fazer, porque é um poder constitucional do presidente. A gente não vê a Polícia Federal indo bater na porta do pessoal do PCC por troca de mensagens entre os traficantes. Mas na porta de empresário vai. Então existe uma total desconexão”, finalizou.
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