‘Esforço da oposição parece não render frutos’, diz Constantino após depoimento de Barra Torres na CPI

Declaração foi feita pelo comentarista durante a edição desta terça-feira, 11, do programa 3 em 1, da Jovem Pan

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2021 18h02 - Atualizado em 11/05/2021 18h32
Pedro França/Agência Senado Homem de terno e óculos discursa em audiência Antônio Barra Torres depôs na CPI nesta terça-feira, 11

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, depôs nesta terça-feira, 11, na CPI da Covid-19. Entre os pontos declarados por ele, está a afirmação de que a médica Nise Yamaguchi defendeu a alteração da bula da cloroquina para que o medicamento fosse indicado para o tratamento da Covid-19. Torres disse que a análise para o uso emergencial da vacina Sputnik V, da Rússia, está paralisada para que a União Química, representante do imunizante no Brasil, forneça dados que faltam. Ele afirmou ainda que as falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a vacinação vão contra os fundamentos da agência.

Durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta terça-feira, 11, o comentarista Rodrigo Constantino disse que o esforço de senadores da oposição na CPI não está rendendo os frutos esperados e que o depoimento de Barra Torres expôs a independência e o quadro técnico da Anvisa. “O que nós estamos vendo é que, dia após dia, o esforço dos senadores de oposição parece não render muitos frutos. O que nós vimos ali é um depoimento técnico como é o quadro da Anvisa. A Anvisa tem independência, um quadro técnico e isso ficou exposto e explícito nessa CPI de hoje, nessa entrevista com o diretor-geral da Anvisa. Teve senador ali que até usou sensacionalismo para falar que tem que liberar logo, ‘para amanhã’, a Sputnik da Rússia, que o Brasil precisa, ‘se o Putin tomou porque nós não podemos tomar?’. E a resposta, uma vez mais, (foi) técnica”, destacou o comentarista, que continuou: “A turma fala em ciência até a página dois. Depois, quando o órgão responsável por validar ou não as vacinas diz não, porque faltam informações, dados e tem suspeitas, joga a ciência para baixo do tapete e vai a política mesmo”.

Sobre a fala de Barra Torres a respeito da recomendação de Yamaguchi, Constantino afirmou que discussões acerca do uso de cloroquina no tratamento contra a Covid-19 são legítimas e citou outras recomendações sobre o remédio. “(São) discussões legítimas em uma época que vários médicos defendem um remédio que é de baixíssimo risco e efeito e colateral, que a principal emissora do país recomendava para grávidas na época da zika, e que o doutor David Uip, ligado ao governador João Doria, teria pressionado e recomendado que o Ministério da Saúde distribuísse pelo país. Se a CPI vai ficar discutindo isso, como se fosse uma droga, um veneno que o governo apostou, vai dar com os burros na água, porque é uma discussão que os médicos e especialistas estão tendo ainda hoje”, concluiu Constantino.

Confira a íntegra da edição do programa 3 em 1 desta terça-feira, 11:

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