‘Existem conflitos de interesse e é preciso ser cético’, diz Constantino sobre remédios para Covid-19

Declaração foi dada pelo comentarista durante a edição do programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta terça-feira, 20

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2021 18h00 - Atualizado em 20/04/2021 20h37
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Anvisa/Ascom Sede da Anvisa Nesta terça, a Anvisa autorizou o uso emergencial de um coquetel para tratamento da Covid-19

Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou, nesta terça-feira, 20, o uso emergencial de um coquetel para tratamento da Covid-19 formado pelos medicamentos casirivimabe e imdevimabe, da farmacêutica Roche. A reunião da Diretoria Colegiada aconteceu na manhã de hoje. A aplicação é intravenosa, dose única e de venda e uso restrito aos hospitais. Além disso, o coquetel deve ser utilizado no início do diagnóstico — quando houver tendência para piora do estado clínico do paciente. O coquetel não deve ser usado em pacientes graves. Até então, o único medicamento já aprovado para o coronavírus era o antiviral Remdesivir. A indicação é para pacientes adultos e pediátricos (acima de 12 anos ou com mais de 40kg) e que não precisam de suplementação de oxigênio ou ventilação mecânica. Mesmo com a eficácia comprovada, o coquetel não é indicado para tratamento precoce.

Durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta terça, o comentarista Rodrigo Constantino disse que é preciso ter ceticismo em relação ao desenvolvimento de medicamentos contra a Covid-19, uma vez que a pandemia começou há um ano e existem conflitos de interesse na indústria farmacêutica. “Todas essas vacinas que estamos discutindo e potenciais remédios para tratamento, imediato ou depois, vêm basicamente de laboratórios privados e países capitalistas, com livre mercado e propriedade bem definida. A Big Pharma é uma indústria multibilionária, uma das mais poderosas do mundo. Existem conflitos de interesse e é preciso sempre ser cético com isso. Por isso que é muito importante confiar, acima de tudo, no seu médico”, afirmou o comentarista, que também disse que os médicos podem ser assediados por empresas farmacêuticas. “Existe um conflito de interesse. São seres humanos do outro lado, a natureza humana é sempre corrompível. Nós não podemos imaginar que do outro lado existem deuses e por isso é importante manter essa maior humildade”, disse.

Além disso, Constantino também falou sobre a eficácia de remédios utilizados contra a Covid-19, afirmando que eles são experimentais e defendendo que as pesquisas sobre o tema não sejam politizadas. “É tudo experimental, isso é o mais importante ter em mente. Por isso que eu digo: ineficácia comprovada, como tem repetido, inclusive, minha colega Amanda, é muito diferente de eficácia não comprovada. Vários remédios que tomamos hoje para inúmeros tratamentos não possuem teste duplo-cego, teste de ouro randomizado e tudo mais. Isso é fato”, afirmou o comentarista, que continuou: “O meu ponto aqui é muito simples: vamos continuar deixando as empresas e os laboratórios trabalharem, vamos manter algum grau de ceticismo, porque é muito dinheiro envolvido e vamos deixar a política de fora”.

Confira a íntegra da edição do programa 3 em 1 desta terça-feira, 20:

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