Josias: Bolsonaro queria ‘jantar’ o Supremo e agora janta com os ministros da Corte
Encontro entre o presidente e o ministro do STF, Dias Toffoli, neste domingo, 5, foi tema de discussão no programa 3 em 1
O encontro entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o desembargador indicado à vaga de Celso de Mello no STF, Kassio Marques, na casa do ministro Dias Toffoli, neste domingo, 4, desagradou a base bolsonarista e resultou em muitas críticas nas redes sociais, tendo a hashtag #BolsonaroTraidor figurado entre os assuntos mais comentados no Twitter. A ‘pizzada’ foi tema de discussão entre os comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan. Para Josias de Souza, o presidente tem mostrado divergências com seu antigo posicionamento. Segundo ele, dias atrás Bolsonaro “queria jantar a Suprema Corte e agora janta com os ministros”.
“Para os bolsonaristas está acontecendo uma revolução, porque aquele presidente que queria ‘jantar’ o Supremo agora janta com aqueles ministros que deveriam ser jantados, segundo a superstição do bolsonarismo”, disse. Segundo ele, o encontro foi uma forma de Bolsonaro conseguir a “aprovação” de Kassio Marques no STF. “O Bolsonaro está transformando a substituição do Celso de Mello num processo de avacalhação do modelo de escolha do ministro do Supremo. A indicação do Kassio ocorre em um ambiente basicamente doméstico. Ela começou no Palácio da Alvorada e passou pelas casas do Gilmar [Mendes] e do Toffoli”, enfatizou. Josias também acredita que Bolsonaro “esqueceu de maneirar” suas atitudes. “Ele anotou no Facebook uma observação que vale como uma marca de Zorro na testa do futuro ministro. Escreveu ‘Ele está 100% alinhado comigo’, por isso essa ferrenha campanha para desconstruí-lo. O Bolsonaro esqueceu de maneirar e, nesse contexto, é muito difícil saber o que é mais prejudicial, se é um presidente que trata um indicado para o Supremo como um futuro prestador de serviço ou os ministros do Supremo que avalizam essa avacalhação participando dela ou silenciando. É tudo muito rebaixado”, finalizou.
Para Thais Oyama, foi um erro do desembargador participar do encontro deste domingo. “O presidente constrangeu o indicado dele, dizendo na internet que o desembargador era a favor das armas, que era a favor da política econômica e chegou a adiantar do, provável futuro ministro, na questão da descriminalização do aborto. Ou seja, expôs o desembargador de uma forma que nem mesmo ele estava preparado. Na minha opinião o Kassio largou muito mal ao aceitar o convite para essa pizzada”. Convidado especial nesta segunda-feira, Luiz Carlos Azedo vê encontro como um pacto. “Acho que houve uma articulação política entre a chamada área garantista, liderada pelo Toffoli e pelo Gilmar, e o Bolsonaro. Podemos dizer que foi uma coisa de mão dupla. Não é o Bolsonaro manipulando o Supremo, é um acordo que está sendo feito por esses ministros em função do fato de que o presidente, na questão do Flavio, ficou de refém “, comentou.
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