Josias: ‘Sistema eleitoral americano clama por ajustes; caos saiu vitorioso’

As eleições nos Estados Unidos foram tema de discussão no programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta quarta-feira, 4

  • Por Jovem Pan
  • 04/11/2020 18h17 - Atualizado em 04/11/2020 18h36
Calvin Mattheis/News Sentinel via Imagn Content Services, LLC eleições estados unidos votação Modelo eleitoral e previsões erradas foram discutidas no programa 3 em 1 desta quarta

Antes mesmo do término de apuração das urnas dos Estados Unidos, o atual presidente Donald Trump comemorou a suposta vitória antecipadamente e disse que pediria o encerramento imediato da contagem de votos enviados pelos correios no país. A contagem de votos, realizada desde a noite desta terça-feira, 3, mostra até o momento vantagem apertada do candidato democrata Joe Biden, contrariando uma série de dados divulgados por institutos de pesquisa pouco antes do dia das eleições. As incertezas e tensões envolvendo a eleição presidencial dos Estados Unidos foram tema de discussão entre os comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta quarta-feira, 4. Para Josias de Souza, as polêmicas envolvendo as falas de Trump e a promessa de judicialização da contagem de votos mostram que as eleições são conturbadas. “A essa altura, o que se pode afirmar sem nenhum receio de errar é que o grande vitorioso nessa disputa dos Estados Unidos foi o caos. Seja quem for o presidente, ele vai ter que lidar com um país ainda mais rachado num instante em que administração da crise agravada pela pandemia pede unidade”, disse. O comentarista afirmou que a depender do resultado das eleições, o debate sobre os colégios eleitorais deve entrar em pauta na sociedade, já que hoje um estado dá todos os votos de delegados para um candidato específico mesmo que ele ganhe 51% dos votos. “É claro que esse modelo que sobrevive desde o século 18 clama por ajustes”, pontuou.

A comentarista Thaís Oyama lembrou que as projeções oficiais mostravam que Biden teria até 10% de vantagem sobre Trump e explicou que Robert Cahaly, membro de uma das poucas agências de pesquisa que previram a vitória do republicano em 2016, a Trafalgar Group, tinha alertado que “eleitores ocultos” de Trump podem ter mascarado os dados se declarando “indecisos” ou pró-Biden em 2020 por vergonha dos rótulos dados a eles depois das primeiras eleições de 2016. Ela lembrou que, a princípio, a então candidata democrata chamou os eleitores de Trump de “deploráveis”, dando início a uma escalada de adjetivos. “O ‘deploráveis’ virou ‘racista’, virou ‘fascista’, virou uma porção de coisas que evidentemente não são nada elogiosas. As pessoas ficaram com receio de ao dizer que votariam no Trump serem identificadas como racistas ou fascistas”, pontuou. Para ela, todo racista votou em Trump, mas muitas outras pessoas não-racistas também escolheram votar nele por motivos diversos, como a economia. “Isso é uma injustiça que eu acho que acabou de fato incomodando eleitores que não eram racistas nem fascistas”, disse. Josias lembrou que o erro das agências de pesquisa por mais um ano fragilizam a imagem dos institutos diante dos norte-americanos. “É muito difícil se recuperar de um desastre como esse, mas eles vão ter que fazer uma autocrítica e se explicar, porque realmente não ficaram bem nessa foto”, disse. Até o momento, as urnas dos Estados Unidos ainda não declararam um vencedor oficial. A previsão é de que o resultado oficial possa demorar até a sexta-feira, 6, a depender da velocidade da contagem de votos em alguns estados do país.

Assista ao programa 3 em 1 desta quarta-feira, 4, na íntegra:

 

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