‘Militar entende o que é hierarquia’, diz Constantino após vídeo de Pazuello com Bolsonaro

Encontro entre presidente e ministro da Saúde após polêmica envolvendo sinalização de compra da vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, para o Brasil foi debatido no programa 3 em 1

  • Por Jovem Pan
  • 22/10/2020 18h26 - Atualizado em 22/10/2020 18h41
Reprodução/Facebook Ministro da saúde afirmou que está tomando hidroxicloroquina, anita e azitromicina, após diagnóstico de Covid-19

Um dia após negar acordo anunciado pelo Ministério da Saúde sinalizando compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac para o governo federal, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o representante da pasta em Brasília. Em um vídeo, publicado em uma rede social, Bolsonaro falou com Pazuello sobre o diagnóstico de Covid-19 e sobre supostas “mágoas” que teriam restado da decisão. “Um manda e outro obedece”, diz o ministro nas imagens. O encontro foi debatido por comentaristas do 3 em 1 desta quinta-feira, 22. Para Rodrigo Constantino, a transmissão foi uma forma de “ridicularizar a mídia” semelhante à realizada por Donald Trump nos Estados Unidos, já que portais teriam apontado um desconforto e um sentimento de “humilhação” por parte do general.

“Ele está mostrando ali com bom humor que militar entende o que é hierarquia, que tem chefe”, afirmou o comentarista. Ele projetou, ainda, que a boa relação dos dois pode fazer com que “a cabeça” de Pazuello seja pedida por governadores dos estados, que antes elogiavam o trabalho do representante da pasta. Constantino também comentou sobre o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontando falta de planejamento do governo federal contra a pandemia. “É óbvio que cabem críticas à gestão do Ministério da Saúde, até porque um ministério que trocou duas vezes e teve três ministros em uma pandemia é um ministério que bateu cabeça”, pontuou. Thaís Oyama, no entanto, considerou o encontro de Bolsonaro com Pazuello como um “teatrinho mal dirigido” que foi feito para “consertar um estrago”. Para ela, o ministro foi humilhado em público. “O general colaborou. Inclusive bateu continência para a cloroquina, fez um jogral com o presidente para mostrar que aderia ao remédio, aderia a todos os princípios bolsonaristas de não adesão por exemplo ao distanciamento, ao uso da máscara, tudo como manda a etiqueta do Bolsonaro”, criticou. Ela avaliou, ainda, que a desautorização de um general da ativa mexeu com o sentimento de honra dos militares.

Para Josias de Souza, o ocorrido entre Pazuello e Bolsonaro transformou o ministro em “cinzas” dentro do governo federal. “O Bolsonaro insinua que o general Pazuello se precipitou ao assinar esse protocolo de compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac. Isso é uma lorota. A mesma disciplina que leva o general agora a conviver com essa humilhação, fez com que ele comunicasse previamente ao chefe dele cada movimento que ele executou naquela reunião em que ele tratou da vacina”, disse. Para Josias, a “meia volta” de Bolsonaro foi dada após perceber a “cavalgada” eleitoral dada pelo governador de São Paulo com a vacina desenvolvida pelo instituto Butantan.

Confira o programa 3 em 1 desta quinta-feira, 22, na íntegra:

 

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