‘Rodrigo Maia é uma espécie de despachante do regime chinês’, diz Constantino

Presidente da Câmara agendou reunião com embaixador da China para conversar sobre impasses na importação de material da CoronaVac; assunto foi debatido no ‘3 em 1’

  • Por Jovem Pan
  • 19/01/2021 18h20
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PAULO GUERETA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO Rodrigo Maia é ex-presidente da Câmara dos Deputados Maia agendou reunião com embaixador da China

O presidente Jair Bolsonaro e ministros se reuniram na tarde dessa segunda-feira, 18, para conversar sobre a imposição de obstáculos na importação de insumos para fabricar a vacina contra o coronavírus no Brasil. O Instituto Butantan e o governo de São Paulo temem que a dificuldade na negociação dos ativos, reflexo de indisposições diplomáticas entre o Governo Federal e o governo chinês, atrapalhe a fabricação da Coronavac, que já é aplicada de forma emergencial no país. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, marcou nesta terça-feira, 19, uma reunião com o embaixador chinês em busca da resolução dos impasses. Segundo ele, as conversas são atrapalhadas por causa de ações do governo. A polêmica diplomática foi tema de debate entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, desta terça.

Para Rodrigo Constantino, o Brasil precisa adotar uma postura pragmática com a China, que é o seu maior parceiro comercial, mas não deve confundir as relações. “Por ser necessário manter um grau de pragmatismo por a China ser o nosso grande parceiro comercial, querem que a gente passe pano, faça vista grossa para o que a China simboliza no mundo hoje. E o que a China simboliza para o mundo hoje? Não só a origem da pandemia, como na ‘Guerra Fria 2.0’ a maior ameaça que existe ao mundo livre. A China intimida quem não consegue comprar. Ela tenta comprar as pessoas e depois, se não conseguir, tenta intimidar. Essa é a política externa da China. É uma política globalista imperialista”, apontou. Para ele, aceitar a “chantagem” comercial faria o Brasil se tornar “uma província chinesa” e o embaixador Yang Wanming, que já passou pela Argentina, intimida deputados brasileiros de uma forma inaceitável. “O Rodrigo Maia é uma espécie de despachante do regime chinês, ele é voluntário quase para ser simpático a esse regime e a esse embaixador, tanto é que ele nunca defendeu o Congresso Nacional quando esse embaixador começou a atacar o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Zé Maria Trindade acredita que quem atrapalha a negociação é o próprio Rodrigo Maia com um “poder atravessado”. “É claro que a negociação só pode ser feita através do poder executivo. É quem vai importar, quem vai autorizar e quem vai pagar. Eu admito que o Brasil, no sentido de familiares do presidente, dos filhos do presidente, e ministros do próprio presidente fizeram de uma maneira desnecessária ataques às imagens de países que são importantes para o Brasil quando se fala de mercado, como a China”, lembrou. Ele lembrou que além da exportação, a importação de matéria prima chinesa é essencial para o funcionamento do país e pode parar as fábricas.
O jornalista Diogo Schelp trouxe informações de bastidores e afirmou que o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, estaria tentando uma reaproximação com o governo chinês, mesmo após endossar ataques do deputado federal Eduardo Bolsonaro a figuras do país oriental. “Essa tentativa de aproximação é boa, o problema é que em diplomacia ninguém nasceu ontem. Uma boa relação precisa ser construída ao longo do tempo, não apenas no momento em que bate o desespero e você precisa daquele país para alguma questão importante, estratégica”, analisou. Ele garante que manter uma boa relação com o país não significa “baixar a cabeça”, e sim evitar ficar à mercê de chantagens comerciais no futuro.

Confira o programa “3 em 1” desta terça-feira, 19, na íntegra:

 

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