CEO do Boticário, Artur Grynbaum, conta como manteve faturamento mesmo com lojas fechadas

Com mais de 4 mil pontos comerciais impedidos de abrir causa da Covid-19, companhia investiu pesado no ambiente digital; ‘Chegamos até a fazer 80% do nosso faturamento no ultimo mês’, disse

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2020 19h05 - Atualizado em 06/10/2020 19h07
Reprodução Artur Grynbaum, CEO do Boticário, participou do Conselho de CEO nesta terça-feira, 6

O entrevistado desta terça-feira, 6, do programa Conselho de CEO, apresentado pelo jornalista e comentarista de negócios do Jornal da Manhã, Carlos Sambrana, é o presidente do grupo Boticário, Artur Grynbaum. Na companhia há mais de 30 anos, ele comanda o Grupo desde 2008 e comentou sobre os desafios enfrentados pela empresa na pandemia da Covid-19. “Nós tivemos uma atuação muito rápida, são mais de quatro mil lojas no Brasil e de uma hora pra outra tivemos que fechar tudo. Importante dizer que muitas dessas lojas não foram fechadas por obrigação e sim por uma avaliação nossa da condição de saúde daquela praça, e ao fazer isso elegemos três grandes pilares: a segurança que passa por mobilizar o home office, a desativação das fábricas mantendo apenas a linha para produzir álcool, álcool gel e sabonete líquido e a questão das nossas lojas”, disse Artur.

Segundo ele, o ambiente digital foi fundamental para continuar com as vendas e manter o faturamento da empresa.”Fizemos uma ativação de dispositivos digitais que estavam no forno para manter o faturamento mesmo com as lojas fechadas, as vendedoras podiam vender por Whatsapp. Nós distribuímos cupons também para que os franqueados vendessem para os clientes, ou seja, foi uma guinada para entramos com força nesse mundo digital. Teve lojas que faturavam 20%, mas teve outras que fizeram 70% de vendas no digital. Para nós foi uma crescente. Chegamos até a fazer 80% do nosso faturamento no ultimo mês”, explicou. De acordo com Artur, o grupo viu um crescimento de 20 a 50% de novos clientes no início da pandemia e soube trabalhar bem sua linha de produtos para atender todas as demandas.

“Mudou o mix de venda. A venda de maquiagem reduziu e as categorias que ganharam protagonismo foram a de segurança – álcool, álcool gel e sabão líquido, na sequência vieram os produtos de higiene pessoal e também teve os produtos de “faça você mesmo” como hidratação capitar, tintura e parte de unhas. Num terceiro momento começamos a ter uma leve volta da maquiagem e a parte da perfumaria voltando com força. O portfólio reagiu bem a esse momento”, comemorou.

Fundação Boticário contra as queimadas no Pantanal

Além de atuar com lojas e franquias, o grupo Boticário mantém uma Fundação que reverte 1% de sua receita líquida para projetos de conservação do meio ambiente. Durante o programa, Artur comentou sobre a atuação da companhia nas queimadas do Pantanal. “Como todos os brasileiros temos assistido de uma forma dolorida as queimadas. Já investimos ao longo da história mais de R$ 80 milhões em mais de 1.500 projetos na conservação da fauna e flora dentro do nosso país. Nesse momento, nosso apoio se traduz em recursos para aquisição de meio de transportes na região (barcos), medicamentos para os animais e também materiais de apoio para as equipes que estão lá. Nós mais uma vez fazemos nosso papel na sociedade em auxiliá-los com esse recursos e com a nossa base, no Cerrado, temos nossos brigadistas que ajudam a combater o fogo”.

Perguntado sobre qual seria o seu conselho para outros CEOs, Artur respondeu. “A melhor coisa que podemos fazer é trabalhar com aquilo que conseguimos nos apaixonar. Competências técnicas você vai adquirir, mas o brilho no olho e ser a referência faz muita diferença nas nossas vidas. Então para quem está iniciando, a busca obstinada pela melhoria e por melhor servir as experiências dos seus clientes é o melhor conselho que posso dar”, finalizou.

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