Para CEO do Original, nem todos os bancos digitais continuarão no mercado
Alexandre Abreu foi convidado do programa ‘Conselho de CEO’ desta terça-feira, 15; hoje, Banco Original tem clientes em todos municípios brasileiros
Aos 55 anos de idade, o mineiro Alexandre Abreu, que comanda o Banco Original, é o convidado do programa Conselho de CEO, do jornalista Carlos Sambrana, nesta terça-feira, 15. Veterano no mercado financeiro, Abreu começou a carreira ainda jovem no Banco do Brasil, chegando à presidência da instituição. Ele passou também pela Cielo e foi membro do Fundo Garantidor de Crédito e da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços. Como CEO do Banco Original desde 2018, ele lidera a transformação do banco em uma instituição financeira com serviços tecnológicos para fintechs por meio da empresa Original App. Hoje, com 4 milhões de clientes, o banco se prepara para mergulhar ainda mais no modelo open banking.
Questionado sobre se o mundo das contas digitais não está saturado, Alexandre Abreu lembra que este é um momento de transformação que se iniciou em 2015, em acordo com fortes demandas da sociedade. “Evidentemente que, como todo negócio na economia, em algum momento as coisas se acomodam e certamente os melhores vão passar para outras fases e nem todos vão seguir em frente. Esse é o nosso palpite”, afirmou. Para ele, o fato de não haver agências físicas não interfere na popularidade do banco, que se aproxima dos 4 milhões de clientes. Ele considera a existência de agências como um diferencial para lidar com pessoas de diversos rincões do país, mas aponta a migração da população de uma relação presencial para uma relação digital como um sinal da mudança. “O banco Original hoje tem clientes em todos os municípios brasileiros. Dos mais de 5.000 municípios brasileiros. Não há nenhuma barreira tecnológica que faz com que a gente hoje precise ter uma agência”, destacou.
Apesar de lamentar as mortes por Covid-19, o CEO lembrou da importância de se ter um banco digital como forma de se proteger do contágio para resolver burocracias. O período pandêmico fez com que a empresa conquistasse uma série de aprendizados. Agora, mesmo após uma vacinação em massa da população, pelo menos 50% do banco deve ficar mantida em regime de rodízio em home office. “Do ponto de vista dos negócios em si, em crédito de varejo a gente teve no primeiro semestre uma operação muito forte de ajudar os clientes a repactuar suas dívidas”, lembrou. Como muitas pessoas, como microempresários, perderam renda, o banco investiu em renegociações com os clientes. No primeiro momento, a inadimplência chegou a cair por causa da prorrogação de dívidas e, agora, os pagamentos parecem estar reagindo de acordo com o esperado. A expectativa é de que tudo volte à normalidade no segundo semestre.
O CEO também falou sobre as formas de rentabilizar as contas cadastradas na empresa, já que eles incentivam o uso do Pix, maneira de se transferir dinheiro sem pagar taxas adicionais imputadas ao TED e ao DOC. “A experiência do cliente é muito melhor com o Pix do que com o TED-DOC. Com uma informação você já envia um Pix. É uma tecnologia que a gente precisa colocar à disposição do cliente e, quanto mais o cliente usar e mais satisfeito estiver, existem ‘N’ formas de você fazer uma rentabilização da sua base de clientes. Não faz sentido não incentivar esse tipo de tecnologia se ela já existe e está funcionando muito bem”, pontuou. Abreu também falou sobre o incentivo do open banking por parte do Banco Central, que deve, com autorização dos clientes, possibilitar que outros bancos ofereçam propostas melhores. “A concorrência vai aumentar e o cliente vai ter à sua disposição produtos e serviços cada vez mais baratos”, analisou. Para ele, bancos que estão começando terão grande vantagem nesse setor.
Como conselho de CEO, o presidente lembrou de um grande aprendizado da própria vida, inclusive diante da situação de pandemia: “As pessoas são tudo em uma organização, os nossos colaboradores, os nossos clientes, então o meu conselho é cada vez entender mais de pessoas e nunca achar que já sabe tudo, porque a gente sempre é surpreendido e estamos sempre aprendendo a lidar com pessoas, que é a chave do sucesso de qualquer empresa, principalmente quando se trata de uma empresa no ramo de prestação de serviço, como é o caso de um banco”, finalizou.
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