‘A economia brasileira tende a ser uma decepção em 2022’, diz economista Maílson da Nóbrega

Ministro do governo José Sarney debateu os rumos da economia no país pós-pandemia no programa ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2021 22h59 - Atualizado em 09/11/2021 12h42
Reprodução/Jovem Pan Maílson da Nóbrega durante o Direto ao Ponto Maílson da Nóbrega participou do programa Direto ao Ponto desta segunda-feira

Os rumos da economia brasileira pós-pandemia foram debatidos na noite desta segunda-feira, 8, no programa ‘Direto ao Ponto‘ que recebeu o economista e ministro da Fazenda do governo José Sarney, Maílson da Nóbrega, que explicou o processo da inflação. “A inflação está alta pelos ‘choques de oferta’ do exterior e daqui. Do exterior é a pandemia. A demanda está maior do que a oferta e isso gera problemas no transporte, nos containers, os fretes aumentaram e com isso houve aumento de custos para as empresas. No Brasil existiram dois choques: o primeiro foi a seca, a geada e depois da crise hídrica”, explicou. Porém, ele afirma que não acredita em hiperinflação, como ocorreu nos anos 1990 e assustou os brasileiros. Mas nesse ano, o especialista afirma que ainda teremos problemas, principalmente com o dólar.

“As projeções são que o dólar vai continuar no nível que está hoje e se manter em R$ 5,60 no fim do ano. Isso é a avaliação do mercado que tem um risco fiscal sério, e isso implica um ‘prêmio de risco maior’, exige-se mais para investir em uma economia mais arriscada. A tendência é continuar nessa taxa de câmbio e no próximo ano estamos projetando R$ 5,40”, disse Maílson. Ele apontou também que o valor real do câmbio seria R$ 4,50 e a diferença até R$ 5,60 é devido a fatores de risco derivados, fiscais e políticos. Sobre o futuro da economia, o ex-ministro não é muito otimista. “A economia tende a ser uma decepção em 2022. Não fazia sentido dado o histórico do país sinalizar que o Brasil continuaria crescendo como neste ano. Nesse ano ela cresce pela ocupação da capacidade ociosa, sem investimentos. No próximo ano a gente ‘cai na real’ que é a mediocridade do potencial de crescimento”, explicou.

Segundo Maílson, o maior problema de um crescimento no país é o sistema tributário que “é a maior fonte de ineficiente da economia brasileira, um caos”, completou. Porém, para a população em geral, há uma esperança. “No primeiro semestre do próximo ano a inflação vai começar a declinar, porque a ação do BC de hoje vai começar a fazer efeito. Estamos prevendo que a inflação pode chegar a 9,8% no IPCA e pode chegar a 4,6%, mas o dólar não vai ser mais uma pressão para a inflação então a tendência é ter um declínio e os preços se estabilizando”.

Assista abaixo a íntegra da entrevista do economista Maílson da Nóbrega:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.