‘Brasil pode ser uma das economias mais dinâmicas do século XXI’, diz Marcos Troyjo

Ex-presidente do Brics participou do ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 29, e comentou sobre o futuro e desafios da economia brasileira

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2023 23h10 - Atualizado em 02/06/2023 22h02
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Reprodução/ Jovem Pan News marcos troyjo Marcos Troyjo participou do programa Direto ao Ponto nesta segunda-feira

O ‘Direto ao Ponto‘ desta segunda-feira, 29, recebeu o economista e ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco dos Brics), Marcos Troyjo, para debater a economia mundial e brasileira. Questionado sobre a conjuntura internacional atual (guerra entre Ucrânia e Rússia), Marcos ressaltou que o Brics toma decisões independentes e isso não interfere no funcionamento do banco, mas disse que o Brasil tem uma grande oportunidade em meio aos cenários conflituosos no mundo – pós-pandemia, questões inflacionárias, etc. “Hoje é uni pressente no mundo a discussão sobre segurança alimentar, segurança energética, a transição para economia verde e o reposicionamento de redes globais de valor. O Brasil tem ativos em cada uma dessas quatro áreas e o pode ser uma das economias mais dinâmicas do século XXI. É uma oportunidade que acontece uma vez a cada 75 anos”, disse o economista. “Como no mundo hoje há uma espécie de distância entre recursos econômicos de investimento disponíveis e projetos, de fato, atraentes, o Brasil pode estabelecer essa ponte. Essa é uma das razões, inclusive, que em 2021 e 2022, o Brasil foi o terceiro maior destino mundial de investimento estrangeiro direto”, completou. Durante a entrevista, Marcos Troyjo falou sobre as visões da política externa atual do país e como o alinhamento com alguns países pode colocar em xeque o crescimento da economia.

“[Henry] Kissinger dizia que a política externa de um país é uma confluência dos valores, de seus interesses nacionais, da sua estratégia […] também são suas circunstâncias. Nós como um país latino americano, nós temos nosso entorno geográfico. Um país com o tamanho do Brasil, populacional e PIB, tem que desempenhar uma equação com muita sabedoria sobre aquilo que pode ser afinidade ideológica e os verdadeiros interesses do país”, explicou. “Nós trabalhamos muito para pavimentar o caminho do Brasil na OCDE, mas não deixamos o Brics. O Brasil passa a ser um jogador no tabuleiro. OCDE estamos lá, BRICS estamos lá, G20 estamos lá. Nenhum outro país do mundo, das economias do G20, têm essas credenciais e não podemos abrir mão delas por afinidades ideológicas. Todo mundo tem suas paixões e preferências, mas eu gosto desse mantra de fazer negócios com todo mundo, não obstante a sua ideologia”, comentou. Marcos ainda disse que seu sonho é que o governo persiga a ideia de um “Brasil rico”. “O Brasil tem todas as condições de, no espaço de uma geração, ser um país de renda per capta de 20 mil dólares”, concluiu.

Perguntado sobre o arcabouço fiscal, o economista foi sucinto. “Existe uma falta de conexão entre muito gasto público e pouco investimento nacional. A minha tese é que precisamos de menos gastos públicos para mais investimento nacional, com um percentual do PIB”, disse. Até março deste ano, Marcos Troyjo ocupava o cargo de presidente dos Brics, mas saiu para a ex-presidente Dilma Rousseff assumir. Segundo ele, a saída foi por divergências com o pensamento do atual governo e desejou todo o sucesso a quem está no Banco atualmente. O ‘Direto ao Ponto’ vai ao ar toda segunda-feira, às 21h30 (horário de Brasília), na TV JP News, site da Jovem Pan, rádio FM 100.9, AM 620 e no aplicativo Panflix.

Assista abaixo à íntegra da entrevista com Marcos Troyjo:

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