‘Empresários querem aumentar imunização para que o Brasil volte ao normal’, diz Luciano Hang sobre compra de vacinas
Dono da rede de lojas Havan participou do programa ‘Direto Ao Ponto’ desta segunda-feira, 29, e contou sobre o projeto que integra em prol da compra de vacinas contra a Covid-19 para seus colaboradores
Luciano Hang, dono das lojas Havan, é um dos empresários que buscam a compra de vacinas contra a Covid-19 para imunizar seus funcionários e doar 50% ao sistema público de saúde. Em entrevista ao programa ‘Direto Ao Ponto’, da Jovem Pan, Luciano explicou como começou esse projeto. “O Carlos Wizard que me convidou para que juntos pudéssemos correr atrás de vacinas para imunizar nossos colaboradores e desde então, nós temos recorrido a fornecedores para conseguir essas vacinas. Tivemos que ver a lei do governo federal que diz que precisamos esperar ser imunizados 78 milhões de brasileiros e depois a gente compra e doa 50% para o governo e o resto podemos usar para nós”, disse. “Mas vai demorar uns meses para imunizar esses prioritários e nós fomos à Brasília vendo a possibilidade de mudar a lei, dando a liberdade de não só para nós que queremos doar as vacinas, mas vi projeto de senadores abrindo para a iniciativa privada (hospitais, clínicas e farmácias) para que eles também possam comprar as vacinas e distribuir por meio de farmácias e clínicas. Acho que isso aumentaria a velocidade da imunização dos brasileiros”, completou.
De acordo com Luciano, o grupo pesquisou diversas marcas de imunizantes, mas todos querem uma carta do governo brasileiro aprovando a compra, o que ainda não foi possível. Qualquer lote comprado precisa passar pela Anvisa. “Nós queremos mesmo imunizar nossos colaboradores para que eles possam trabalhar e para aumentar a velocidade de toda a população brasileira. O que nós mais recebemos foram solicitações de outros empresários que querem comprar, desde o que quer 20 doses até a centenas de milhares de doses. Os empresários querem aumentar a velocidade da imunização para que o Brasil volte ao normal, volte a abrir o comércio e as indústrias. Acho que nós estamos perdendo com o comércio fechado e com a economia parada. Entendo que se comprarmos para os nossos colaboradores, eu tiro da fila do SUS“, confessou. Questionado se o projeto de imunização tinha a ver com o seu projeto pessoal de abrir megalojas e o capital da Havan, Luciano negou e ainda comentou como foi o desempenho do negócio em 2020.
“Isso não vai ajudar nos negócios. No ano passado ficamos parados por alguns meses e mesmo assim conseguimos crescer, apresentando os melhores resultados da nossa história. Passados três meses de 2021 vamos crescer em relação ao ano passado e os resultados serão melhores do que o 1º trimestre do ano passado”, disse. “Neste mês vendemos praticamente 2000% pela internet mais do que o ano passado. A Havan fez opções de retirar nas lojas, entrega. Nós temos 155 megalojas espalhadas pelo Brasil e essas lojas vendem no Acre, em Rondônia e entregam para esse público. Nossas lojas abertas offline também vendem muito”, completou. De acordo com o empresário, nenhuma de suas lojas estão burlando a lei de lockdown que, inclusive, ele não concorda. “Eu prego desde o princípio que o lockdown não é a melhor saída, porque se trancar dentro de casa morre mais pelo que parece, destrói as economias e empregos. Tem estados que conseguem resolver o problema sem fazer o lockdown. Acho que é importante que a economia continue e o fato de nós comprarmos a vacina não é o bem estar da nossa empresa, é o bem estar da comunidade”, contou.
Política
Aliado do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Luciano foi questionado sobre as modificações de ministérios que aconteceram nesta segunda-feira, 29, e contou como virou um ativista político. “Quando comecei como ativista político foi para colocar no governo alguém que se assemelhava com o que eu pensava. Dia 05 de janeiro de 2018 eu avisei para a população de SC que eu seria um ativista político porque o Brasil estava virado de cabeça para baixo, ele precisava mudar. Eu acho que o empresário não pode ser um coadjuvante, precisa ser protagonista e ajudar o país. Fiquei até agosto escolhendo um candidato, fiz reuniões com outros candidatos e dia 17 optei por apoiar o Bolsonaro, e até outubro eu adentrei à campanha fazendo lives e vídeos e venceu as eleições”, disse. “De lá pra cá passaram-se dois anos, eu não faço parte do governo eu torço. Hoje eu vi que trocaram seis ministros … o comandante é o Bolsonaro e ele deve saber o que está fazendo. As vezes, como administrador, você toma determinadas decisões que vão refletir lá na frente e enquanto isso as decisões estão acontecendo as vezes as pessoas não sabem o por que você tomou aquela decisão. Eu noto que as pessoas reclamam de tudo que acontece no governo. Acho que muitas vezes as pessoas falam determinadas coisas e não sabem o que está acontecendo”, defendeu.
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