Silveira não se arrepende de críticas ao STF e se vê como vítima de ‘narrativa’ da imprensa

Deputado federal participou do programa ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 6, e falou sobre as punições de Moraes e prisão por ataques às instituições

  • Por Jovem Pan
  • 06/06/2022 23h01
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Reprodução/ Youtube daniel silveira Daniel Silveira participou do programa Direto ao Ponto nesta segunda-feira

Falando publicamente pela primeira vez após as punições do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – STF, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) participou do programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, e falou sobre o início de sua prisão e condenação pelos ataques às instituições. Durante a entrevista, Silveira disse que não se arrepende do vídeo que deu início à investigação. “Acho que exagerei no tom, não nas falas. Foi um momento único e passional. Dizem que ‘há você exagerou, toma dez anos’, mas o ministro relator, quando fez os cálculos da pena, ele disse ‘em respeito ao sistema trifásico, esse cálculo não é matemático é filosófico’. Eu pensei que seria 30 anos no mínimo, aí o ministro Barroso disse que ‘daria mais’, e o que é isso? Não se faz mais as contas das penas?”, declarou. O deputado ainda comentou que a resposta de Moraes foi exagerada. “Acho que o Alexandre de Moraes se sentiu insultado porque foi a vítima, o investigador e o julgador, isso até dá nulidade do processo. Mas ele deveria ir no seu advogado e falar que queria abrir um processo contra mim, por injúria, isso deveria ter sido feito”, completou.

“Foi um vídeo de 19 minutos e quando eu uso uma fala muito usada no Sul, que é ‘surra de gato morto até miar’, isso não vai acontecer porque um gato morto não vai miar. Isso é uma figura de linguagem, disseram ‘isso é uma ameaça a democracia’, essa narrativa é ridícula, foi utilizada de forma tão vil pela imprensa e chega até a emburrecer a sociedade que pensa que é um crime. Quem não conhece direito vai pensar ‘nossa, xingar ministro é crime inafiançável, vou ficar quieto’ isso é uma mordaça, usa o medo como adulto social e as pessoas aceitam”, disparou. Silveira também falou sobre a nova punição do STF, relacionado ao bloqueio das contas de sua mulher Paola. “Está na lei, a pena não passará da pessoa do condenado. O art. 107 da Constituição prevê que graças a anistia e indulto, ela vai extinguir a punibilidade e basta a publicação para que o Judiciário tome a decisão. Ela não é ré em nenhum inquérito, e ele [Moraes] acaba a atacando dessa maneira. Juridicamente não deveria ocorrer em hipótese alguma. Ela passou o cartão de débito, com dinheiro em conta, e não passou. Quando foi ver tinha bloqueio judicial. Nem eu, nem ela sabemos o que fazer até agora”, desabafou.

Placa quebrada de Marielle Franco

Daniel Silveira ganhou notoriedade em 2018 ao aparecer em um vídeo ao lado do, então candidato a deputado, Rodrigo Amorim, com uma placa de rua em nome de Marielle Franco quebrada. Silveira comentou sobre o caso. “Não fui eu que quebrei a placa. Colocaram na Praça Marechal. O vídeo original foi retirado, mas eu chego na praça, retiro ela inteira e digo que isso não pode acontecer [instalar sem autorização], ‘não é assim que vocês vão ganhar espaço’. Duas semanas depois, numa manifestação, no calor do momento outra pessoa quebrou a placa e eu falei ‘rapaz, porque você quebrou a placa, vai inflamar'”, disse entre risos.

Confira a íntegra da entrevista de Daniel Silveira no ‘Direto ao Ponto’:

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